Não ter marido ou esposa já não significa passar fins de semana de solidão ou lançar olhares de tristeza e nostalgia aos casalinhos que passam na rua… São cada vez em maior número as pessoas – homens e mulheres – que insistem em viver sozinhas, embora não lhes faltem relacionamentos amorosos.
Cada dia há mais pessoas que vivem sozinhas: solteiras, separadas ou viúvas. Os tempos mudaram e não ter cônjuge não significa viver obrigatoriamente com os pais, por comodidade ou resignação.
Os solteiros transformaram-se num grupo de população tão importante que já existem feiras internacionais, um pouco por toda a Europa, dedicadas a pessoas sem parceiro.
As empresas colocaram os seus olhos gulosos nos solteiros, o que não é de estranhar, já que, segundo as estatísticas, as pessoas que vivem sozinhas têm padrões de consumo mais elevados: por exemplo, viajam mais cerca de 40% do que a média da população e consumem produtos informáticos e Internet cerca de 30% acima das famílias. Oitenta por cento dos indivíduos solteiros têm entre 25 e 49 anos, que é o grupo etário com maior poder de decisão e compra.
Momentos baixos
Porém, nem tudo o que luz é ouro… Estar solteiro é assim tão apetecível? É um estado definitivo ou apenas temporário? São questões que as frias estatísticas não conseguem responder.
Um momento difícil deste estado civil é quando a pessoa acaba de romper uma relação. De acordo com os psicólogos, é típico assaltarem pensamentos do tipo “nunca conseguirei esquecer”, “nunca mais encontrei outra pessoa igual” ou “só eu estou sozinha…”. Contudo, são pensamentos irracionais e generalizações erróneas.
O problema de ficar mergulhado nestes pensamentos é que eles conduzem à depressão e à ansiedade, surgindo o desejo doentio de encontrar rapidamente outra pessoa, para esquecer a anterior e recuperar a felicidade. Esta reação leva, frequentemente, a cometer erros de escolha, o que aumenta, por sua vez, as probabilidades de um novo fracasso.
Para não entrar neste ciclo vicioso, é importante aceitar e viver as diversas fases do processo de superação de uma rutura sentimental.
Em paz consigo mesmo
Por outras palavras, é preciso aprender a estar sozinho, de tal forma que a segurança, a autoestima, a força e a felicidade de um indivíduo não dependam da pessoa que tem a seu lado, em cada momento. A expressão “sem ti, não sou nada” não é mais do que um mito romântico, sem qualquer fundamento psicológico.
Por vezes, quem não tem parceiro, julga que a felicidade se encontra junto de outra pessoa. No entanto, os psicólogos apontam as imensas pessoas que são infelizes, tendo companheiro(a). Nem sequer o dinheiro e os luxos dão felicidade. Esta não deve ser considerada um fim, mas sim um processo: está em nós mesmos e, para encontrá-la, é necessário aprender a estar só e em paz.
Porém, aprender a estar só não é fácil. Os psicólogos oferecem um conselho para elevar a autoestima, que predispõe ao êxito nas relações sociais e conjugais: escreva uma lista com as suas qualidades e outra com as coisas positivas que conseguiu alcançar com o esforço próprio. Este exercício pode parecer difícil, mas complete-o calmamente, adicionando uma virtude por dia… Ficará surpreendida ao verificar como a lista aumenta, sem grande dificuldade, afinal! É aqui que faz sentido a famosa máxima: “se eu não gostar de mim, quem gostará?”.