Respirar bem permite ao indivíduo integrar-se, sentir-se ligado a si mesmo, com os outros e com o meio envolvente. Respirar de forma consciente permite sentir a vida e a vontade de a viver. Mas sabe como fazê-lo?
A respiração natural é libertadora, pois através dela sentimos todo o corpo. Os bebés respiram suave e profundamente: ao incharem a barriguinha e fundirem suavemente a inspiração com a expiração, todo o seu corpo se move pelo fluir do ar. À medida que a criança cresce, aprende a respirar de forma mais contida, mais limitada e fica bloqueada a agradável sensação da respiração saudável.
Ao crescermos, vamos criando tensões musculares específicas em certas zonas do corpo. As atitudes enraizadas impedem-nos de ter uma respiração natural e, portanto, também de experimentar o prazer de respirar de forma correta.
Mas podemos reaprender a respirar de forma natural e melhorar assim o nosso bem-estar, bem como compreender e libertar as nossas emoções, incorporando aquilo que se designou por respiração consciente.
UM POUCO DE FISIOLOGIA
É necessário respirar para viver. Não podemos deixar de o fazer, mas podemos fazê-lo melhor ou pior! O cérebro necessita constantemente de oxigénio: morreríamos em poucos minutos, se o nosso cérebro deixasse de ser oxigenado. Após um minuto sem oxigénio, perderíamos os sentidos e, menos de 5 minutos após, as células cerebrais começariam a morrer. Durante 24 horas, é normal respirar cerca de 20.000 vezes. Deitados, necessitamos de pouco ar – uns 8 litros por minuto –, mas ao correr, já são necessários cerca de 50 litros por minuto.
Quando se respira corretamente, o ar entra pelo nariz. A razão pela qual se deve respirar pelo nariz é porque o ar – composto por 20% de oxigénio, menos de 1% de dióxido de carbono e o resto de azoto – não está suficientemente humidificado nem limpo. O nariz funciona como uma espécie de filtro: os pelos da mucosa nasal impedem a passagem de grande parte do pó que flutua no ar. Por sua vez, as membranas mucosas, que revestem toda a traqueia e que se estendem até aos alvéolos pulmonares, vão filtrando as finas partículas e, também, os micróbios que viajam pelo ar. Deste modo, à medida que o ar entra, vai sendo limpo e humedecido, até chegar aos alvéolos.
Os pulmões apoiam-se num músculo: o diafragma. Ambos os pulmões encontram-se envolvidos pela pleura, que os lubrifica com uma substância serosa.
A razão pela qual muitas pessoas não respiram bem é porque contraem certos músculos de forma contínua: por exemplo, costumam estar sempre com os ombros muito contraídos ou a cabeça caída ou, pelo contrário, rigidamente direita. Qualquer músculo tenso dificulta, em certa medida, a respiração.
Para aprender o que é uma respiração saudável, devemos começar por conhecer o nosso diafragma. Pois bem, trata-se de uma lâmina delgada de fibras musculares muito fortes, que divide completamente o tórax do abdómen, como a pele de um tambor. A sua função é essencial para uma respiração correta.
Leia o artigo completo na edição de março 2016 (nº 259)