A queda no idoso é o acidente doméstico mais frequente e a principal causa de morte acidental na população com idade superior a 65 anos. As quedas apresentam um custo social, económico e psicológico significativos, aumentando a dependência e a institucionalização. 

Artigo da responsabilidade da Dra. Joana Ferreira e Dra. Inês Soares da Costa, Medicina Geral e Familiar

À medida que a idade avança, há diminuição da visão, da audição, da força muscular, do tempo de reação e do equilíbrio, aumentando assim o risco de queda.

Embora desafiante para os idosos, cuidadores e profissionais de saúde, a maioria das quedas pode ser prevenida fazendo-se pequenos ajustes na casa e no estilo de vida.

É fundamental criar ambientes seguros e adotar estilos de vida saudáveis.

PORQUE CAEM OS IDOSOS?

As causas para a tão grande frequência de quedas na população sénior podem dividir-se em dois grandes grupos de fatores: os relacionados com as limitações do próprio e os decorrentes do meio.

Fatores relacionados com o próprio:

  • Alteração da marcha;
  • Postura inadequada;
  • Diminuição da visão;
  • Diminuição do equilíbrio;
  • Diminuição da força muscular;
  • Doenças (osteoporose, doença cardiovascular);
  • Uso de alguns medicamentos (diuréticos, laxantes, medicação para a tensão arterial);
  • Estado demencial;
  • Negação da fragilidade;
  • Ansiedade e depressão.

Fatores relacionados com o meio:

  • Superfícies escorregadias;
  • Degraus altos e estreitos;
  • Objetos dispersos pelo chão;
  • Tapetes soltos;
  • Escadas com tapetes e sem corrimão;
  • Calçado e roupa: sapatos não adaptados, roupa demasiadamente comprida, cintos soltos;
  • Casa de banho: ausência de barras de apoio, piso escorregadio.
  • Mobília: móveis instáveis, camas muito baixas ou altas, cadeiras baixas sem apoios para braços, mobília fora do sítio.
  • Auxiliares de marcha (bengala, andarilho, cadeira de rodas): inadequados ou mal adaptados.
  • Iluminação inadequada.

O QUE PODE ADVIR DE UMA QUEDA?

As quedas nos idosos têm consequências potencialmente muito graves, nomeadamente:

  • Fraturas, traumatismos cerebrais e lesões nos músculos que irão diminuir a capacidade do idoso de se movimentar e realizar as suas atividades diárias, diminuindo a sua qualidade de vida;
  • Efeitos psicológicos no idoso, nomeadamente alteração da autoimagem e da autoconfiança, medo, vergonha, depressão;
  • Para o cuidador, a queda terá também impacto, trazendo muitas vezes a necessidade de reajuste da dinâmica familiar, encargos adicionais, sobrecarga emocional, física e económica, sentimentos de culpa e desgaste do próprio cuidador.

COMO PREVENIR AS QUEDAS NO IDOSO?

As quedas podem ser prevenidas, até determinado ponto, segundo duas vertentes.

Por um lado, o EXERCÍCIO FÍSICO:

  • Diminui o risco de queda;
  • Melhora o tempo de reação;
  • Melhora a flexibilidade e o equilíbrio;
  • Melhora a força;
  • Diminui a perda de massa óssea.

Por outro lado, é fundamental MANTER O AMBIENTE SEGURO:

  • Retirar os tapetes (no WC, usar tapetes antiderrapantes)
  • Colocar os interruptores em locais de fácil acesso;
  • Apostar numa boa iluminação;
  • Evitar móveis em locais de passagem;
  • Evitar pisos escorregadios e/ou encerados;
  • Remover tudo o que não é estável;
  • Instalar barras de segurança;
  • Instalar sensores de deteção de movimento;
  • Instalar um serviço de videovigilância.

Leia o artigo completo na edição de dezembro 2022 (nº 333)