Projeto da Fundação Champalimaud liderado pela Dra. Maria João Cardoso vai receber 5 milhões de euros da Comissão Europeia

Um projeto destinado a otimizar, de forma personalizada, a previsão dos resultados das cirurgias reconstrutivas em doentes com cancro da mama – de forma a melhorar a satisfação destas mulheres em relação à sua imagem corporal após a cirurgia –, vai receber 5 milhões de euros do Programa Horizonte Saúde 2021 da Comissão Europeia.

O financiamento deste esforço multicêntrico e internacional, coordenado pela Unidade da Mama da Fundação Champalimaud, em Lisboa, foi formalizado pela assinatura de um acordo entre a Fundação Champalimaud e a Comissão Europeia. Os fundos serão disponibilizados ao longo dos quatro anos da duração do projeto, que oficialmente terá início no próximo dia 1 de Junho.

Uma mulher a quem retiraram a totalidade de uma mama, deixando-a para sempre com uma enorme cicatriz a atravessar-lhe metade do peito, poderá considerar-se muito satisfeita com o resultado… se esta era a sua única opção, pois obviamente o que mais conta para ela é ver-se livre da doença.

Já uma outra, submetida a uma cirurgia do cancro da mama mais avançada – ou seja, igualmente bem-sucedida em termos clínicos, mas também mais conservadora e reconstrutiva –, poderá ficar insatisfeita com o seu aspeto, apesar de os resultados estéticos da sua cirurgia serem impecáveis. De cada vez que ela olha para o seu reflexo no espelho, acha-se horrível, adicionando mais sofrimento ao sofrimento devido à própria doença.

Pode parecer paradoxal, mas casos extremos como estes existem mesmo.

Agora, um projeto, batizado Cinderella, vai receber 5 milhões de euros da Comissão Europeia ao longo dos próximos quatro anos para, precisamente, assegurar que a avaliação estética dos resultados das cirurgias mamárias deixem de poder ser tão subjetivas e irrealistas como nos dois exemplos referidos. As condições estão dadas para isso se tornar uma realidade, acredita a Dra. Maria João Cardoso, coordenadora deste projeto, melhorando radicalmente a satisfação – e a relação com o seu corpo – das mulheres submetidas a cirurgias mamárias.