Com o início da primavera, convém estarmos preparados, física e emocionalmente, para a mudança da estação. Por um lado, há que aproveitar o sol e depurar o organismo; por outro, é conveniente prevenir a astenia e fugir dos pólenes que provocam alergias.

À medida que as semanas avançam, os dias ficam cada vez mais longos e os campos começam a encher-se de flores. Com o início da primavera, é conveniente estarmos preparados, física e emocionalmente, para a mudança da estação.

A transformação mais evidente é a mudança da hora nos relógios, com o objetivo de aproveitar melhor a energia solar e de adaptar o nosso relógio biológico ao novo ciclo da natureza.

Ao princípio, é normal que nos sintamos um pouco atrofiados, como se estivéssemos enferrujados. No inverno, é habitual passar mais tempo em espaços fechados, comer e beber em excesso, praticar pouco exercício físico e consumir mais medicamentos, devido às gripes e constipações. O organismo pode sofrer as consequências, sob a forma de uns quilos a mais, falta de vitalidade ou acumulação de toxinas.

Para “sacudir” o inverno e renovar o corpo e a mente, basta adotar alguns hábitos simples.

Fonte de vitalidade

Sentir-se feliz porque os dias são mais compridos não é obra do acaso: o sol influencia o nosso metabolismo e o estado de ânimo. No cérebro, existe uma glândula, designada epífise ou glândula pineal, que segrega, na presença do sol, uma substância chamada melatonina. Esta regula o ritmo do sono e a quantidade de horas que permanecemos despertos. E a luz chega a esta glândula, através dos olhos e da pele, regulando o seu correto funcionamento.

É frequente que, na primavera, melhorem disfunções como o stress, o mau humor ou a falta de energia e isto deve-se ao facto de recebermos mais luz. Também há que recordar que a exposição ao sol – sempre com precaução e proteção – é imprescindível para absorver a vitamina D, a qual, em conjugação com o cálcio, mantém os nossos ossos fortes.

Saia de casa!

Com a chegada da primavera e do bom tempo, já não há desculpa para ficar em casa sem se mexer. Se não o entusiasma fazer desporto ou detesta os ginásios, passeie simplesmente ao ar livre, a um ritmo constante, durante 20 minutos. O ideal é caminhar pelo campo ou à beira-mar. Outras possibilidades muito apetecíveis são nadar, andar de bicicleta ou dançar, sem exageros nem obsessões.

Se tem tendência para acumular tensão e stress, não há como combinar o exercício aeróbico com a prática de atividades de origem oriental, como o ioga, o tai chi ou o chi kung. Estes exercícios aumentam a flexibilidade corporal, ensinam a relaxar, estimulam a concentração e oxigenam todo o organismo, através da melhoria da respiração. Consequentemente, elevam o tom vital e harmonizam o corpo e a mente.

O pior são as alergias!

Para a maioria das pessoas alérgicas aos pólenes, a primavera constitui uma forte ameaça ao seu bem-estar. Ainda que os seus sintomas raramente sejam graves, são incómodos, inquietantes e, frequentemente, prolongados.

Uma das medidas preventivas que pode ser adotada pelo doente alérgico é evitar a exposição ao alérgeno responsável pelos seus sintomas. Infelizmente, os alérgicos ao pólen dificilmente podem evitá-lo por completo; mas é possível tomar algumas precauções:

  • na primavera e no verão deve evitar-se sair para o campo ou para lugares onde abundem as espécies vegetais alergénicas;
  • deve tentar-se, pelo contrário, permanecer o maior tempo possível em locais fechados, sobretudo em dias de muito vento;
  • o doente afetado por uma polinose deve dormir com as janelas bem fechadas;
  • é aconselhável que, durante os fins de semana primaveris, se mude para zonas costeiras, tal como durante as férias de verão;
  • durante a estação polínica, é recomendável viajar de automóvel com as janelas totalmente fechadas;
  • antes de sair, convém consultar um calendário polínico;
  • também pode ser benéfico pulverizar as casas com água, para que os grãos de pólen suspensos no ar se depositem no solo;
  • os aparelhos de ar condicionado ou certos filtros podem evitar que o pólen entre em casa;
  • na rua, deve usar-se máscara e óculos de sol.

Segundo os especialistas, nem todos os doentes respondem de igual modo aos pólenes de cada primavera. Há pessoas que podem ter sintomas mínimos, enquanto outras sofrem incómodos importantes; por isso, todos devem adotar as medidas preventivas.

Leia o artigo completo na edição de abril 2023 (nº 337)