A pneumonia é considerada uma das principais causas de morte preveníveis através de vacinação. Não corra riscos: vacine-se!
A época gripal carrega consigo o risco acrescido do aparecimento e do agravamento de outras doenças, especialmente entre aqueles que se encontram mais frágeis. Entre as diferentes complicações que podem chegar com uma gripe, as pneumonias são as mais graves. Virais ou bacterianas, são mais frequentes na altura em que as temperaturas se apresentam mais baixas.
A pneumonia é uma infeção do pulmão que afeta as zonas responsáveis pelas trocas gasosas. Entre as principais causas da pneumonia podemos encontrar microrganismos tão diferentes como bactérias, vírus ou mesmo fungos.
Bactérias ou vírus
Os dois principais tipos de pneumonia são causados por bactérias (as chamadas pneumonias típicas) ou vírus (atípicas). No caso das primeiras, a mais frequente tem no pneumococo o principal agente. As pneumonias víricas, por outro lado, têm origem em vírus como o influenza (gripe) ou o SARS-Cov-2 (covid-19).
Seja vírica ou bacteriana, a pneumonia pode matar. Mesmo nos casos de sobrevivência, a pneumonia pode deixar sequelas permanentes, limitações que reduzem drasticamente a nossa qualidade de vida. Bronquiectasias (deformação dos brônquios) e compromisso da função pulmonar são apenas dois exemplos, bem como a permanência de tosse, expetoração ou falta de ar.
Vacina protetora
A vacinação antipneumocócica é a melhor forma de evitar a pneumonia. Tem a vantagem de também nos proteger de outras formas graves da infeção pelo pneumococo, como a meningite e a septicemia. Ajuda-nos, também, a evitar outras doenças menos graves, como a otite média aguda e a sinusite.
Da prevenção da pneumonia também fazem parte a vacinação antigripal, a cessação tabágica, a promoção de uma boa higiene oral, a moderação do consumo de bebidas alcoólicas, a manutenção de um estado nutricional adequado e o controlo e tratamento de outras doenças crónicas.
Grupos de risco
Apesar de ser uma doença transversal à sociedade, a pneumonia pode afetar todas as faixas etárias e aparecer em qualquer classe social, mas há quem esteja mais vulnerável à pneumonia. É o caso das crianças pequenas ou adultos que apresentem doenças crónicas, como diabetes, asma, DPOC, doença respiratória crónica, doença cardíaca, doença hepática crónica, portadores de VIH e doentes renais.
Existe, desde junho de 2015, uma norma da Direção Geral da Saúde que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos estes adultos. Ao vacinarmos estas pessoas, estamos a protegê-las, a investir na sua saúde, a prevenir internamentos e a reduzir o número de mortes.
A vacina antipneumocócica já está em Plano Nacional de Vacinação para as crianças e para os grupos considerados de maior risco, mas a sua eficácia está comprovada em todas as faixas etárias. Como em qualquer doença, no caso da pneumonia, será sempre melhor prevenir do que tratar – por mais simples que seja o caso, não podemos prever a sua evolução.
Vacinação evita internamentos
Um estudo recente provou a efetividade da vacinação contra a pneumonia bacteriana a pneumococos, ao registar uma redução de 73% dos internamentos de adultos a partir dos 65 anos.
São excelentes notícias se projetarmos que a aposta na vacinação levará à diminuição das taxas de internamento e reduzirá, também, o número de mortes associadas à infeção pelo pneumococo, o que nos leva a crer que a imunização destas faixas etárias pela vacina antipneumocócica pode evitar milhares de hospitalizações.
Contra factos pouco há que argumentar, mas mesmo assim, em Portugal, à semelhança do que se passa no resto do mundo, as taxas de vacinação na idade adulta continuam a ser demasiado baixas. A falta de informação ou de prescrição médica são as principais razões apontadas.
Leia o artigo completo na edição de novembro 2025 (nº 365)













