A neuropatia diabética é uma das principais complicações da diabetes mellitus, calculando-se que atinja 50% da população diabética. Uma das suas consequências é a dor crónica. Além disso, estima-se que 85% das amputações ocorridas em pacientes diabéticos estejam relacionadas com a neuropatia. Mas são poucos os que efetuam terapêutica adequada.

 

O recente Encontro Anual do Grupo de Estudo Europeu de Neuropatia Diabética (Neurodiab 2017) reuniu, em Coimbra, alguns dos mais prestigiados especialistas nacionais e internacionais para debater uma das mais importantes complicações da diabetes: a neuropatia diabética. Esta doença atinge o sistema nervoso periférico, provocando alterações da sensibilidade e dor na maior parte dos casos, podendo, nas fases mais avançadas, ter como consequência a necessidade de amputação dos membros.

 

PROMOVER O AVANÇO DO CONHECIMENTO

Inserido no congresso da European Association for the Study of Diabetes (EASD), o Neurodiab 2017 teve como principal objetivo promover o avanço do conhecimento sobre a neuropatia diabética, através de uma cooperação ativa entre especialistas de várias áreas, tais como endocrinologistas, neurologistas, neurofisiologistas, nefrologistas, gastroenterologistas, especialistas de Medicina Interna e de Medicina Geral e Familiar.

Para a Dra. Isaura Tavares, presidente do encontro e investigadora na área da neuropatia diabética, “é fundamental apoiar e promover o intercâmbio de conhecimento médico e científico em áreas como a neuropatia diabética, com destaque para as atuais dificuldades sentidas no seu diagnóstico e tratamento, proporcionando assim um debate sobre as futuras perspetivas necessárias para melhorar o estado atual desta situação”.

EVOLUÇÃO TRAIÇOEIRA

O diagnóstico da neuropatia diabética passa pela caracterização de um quadro clínico, com os sinais e sintomas mais típicos, e pela realização de testes neurológicos. Trata-se de um doença que se manifesta através de sintomas como dormência ou sensação de queimadura nos membros inferiores, formigueiro, pontadas, choques, agulhadas nas pernas e pés, desconforto ou dor e perda da sensibilidade táctil, entre outros.

Como explica o endocrinologista Dr. José Luiz Medina, “a neuropatia diabética é uma complicação que evolui de forma traiçoeira, durante algum tempo sem sintomas ou sinais, mas que pode ser causa de grande sofrimento para as pessoas com diabetes, sobretudo pelas dores que pode provocar, pela incapacidade física e pelas repercussões sobre o sistema nervoso autónomo. No caso da neuropatia sensitivo-motora, chega mesmo a ser o principal fator de risco para o desenvolvimento de úlceras no pé diabético, as quais, por sua vez, são responsáveis por cerca de 85% das amputações ocorridas em pacientes diabéticos, pelo que o investimento na prevenção é fundamental”.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2017 (nº 277)