A busca pela longevidade saudável envolve cuidar de diversos aspetos da nossa vida: alimentação, sono, exercício, suplementação com nutracêuticos e gestão emocional são os 5 pilares que sustentam uma vida longa e plena.

Artigo da responsabilidade da Dra. Andreia Monteiro  Especialista em Imuno-hemoterapia, Medicina Preventiva e Medicina Estética da Clínica Pilares da Saúde

 

Pela primeira vez na história, a maioria das pessoas pode esperar viver até os 60 anos e mais. Vidas mais longas correspondem a uma das nossas conquistas coletivas mais notáveis. Elas refletem avanços no desenvolvimento social e económico, bem como na saúde, nomeadamente no sucesso em lidar com a mortalidade infantil, com a mortalidade materna e, mais recentemente, com a mortalidade das pessoas idosas.

CENÁRIO EM PORTUGAL

A classificação demográfica de uma população, como jovem ou envelhecida, depende da proporção de pessoas nas faixas etárias extremas. Em Portugal, considera-se idosa a pessoa com 65 ou mais anos de idade.

Portugal, assim como outros países da Europa, tem vindo a registar nas últimas décadas profundas transformações demográficas, caracterizadas, entre outros aspetos, pelo aumento da longevidade e da população idosa e pela redução da natalidade e da população jovem. Atualmente, Portugal é o segundo país da União Europeia com maior índice de envelhecimento, apenas ultrapassado pela Itália, sendo que, em 2015, ocupávamos o quarto lugar.

Em 2015, as pessoas com 65 ou mais anos representavam 20,5% de toda a população residente em Portugal, a esperança média de vida era de 77,4 anos para homens e 83,2 anos para as mulheres. Em 2021, a esperança média de vida subiu para 78,1 anos para os homens e 83,5 para as mulheres.

O QUE É O ENVELHECIMENTO?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o envelhecimento individual é um processo condicionado por fatores biológicos, sociais, económicos, culturais, ambientais e históricos, podendo ser definido como um processo progressivo de mudança biopsicossocial da pessoa durante todo o ciclo de vida. Para a Direção Geral da Saúde (DGS) o envelhecimento consiste num processo de deterioração endógena e irreversível das capacidades funcionais do organismo.

É, assim, um processo biológico, associado ao acúmulo de danos moleculares e celulares. Com o tempo, esse dano leva a uma perda gradual nas reservas fisiológicas, com consequente aumento do risco de contrair diversas doenças e um declínio geral na capacidade intrínseca do indivíduo, que em última instância pode levar à morte. Além das perdas biológicas, muitas vezes há perdas de relações próximas e essas mudanças incluem mudanças nos papéis e posições sociais.

Viver mais pode também significar estar mais exposto a riscos, como a vulnerabilidade do estado de saúde, o isolamento social e a solidão, a dependência física, mental e também económica, a estigmatização e os abusos, quer físicos, quer psicológicos, sexuais, financeiros ou materiais, por discriminação ou por negligência.

ENVELHECIMENTO ATIVO

A qualidade de vida é, claramente, a tónica dominante do envelhecimento ativo, podendo esta ser definida como a perceção do indivíduo acerca da sua posição na vida, no contexto cultural e de valores no qual vive, e em relação aos seus objetivos, expetativas, padrões e preocupações.

Envelhecimento ativo é definido como o processo de otimização das oportunidades para a saúde e refere-se à participação contínua na vida social, económica, cultural, espiritual e cívica, ou seja, vai muito além da possibilidade de ser física e profissionalmente ativo.

A saúde é, sem dúvida, um dos elementos mais valorizados no bem-estar da pessoa idosa. A maioria dos problemas de saúde enfrentados por pessoas mais velhas podem ser prevenidos ou retardados, envolvendo-se em comportamentos saudáveis e controlados de maneira eficaz, principalmente se forem detetados precocemente.

Embora parte da diversidade observada na forma como envelhecemos se deva à nossa herança genética, muito dela surge dos ambientes físicos e sociais que habitamos. Esses ambientes incluem o nosso lar, a nossa vizinhança, a nossa comunidade, a forma como nos alimentamos, a forma como dormimos, a forma como pensamos e gerimos o stress do dia a dia, se praticamos ou não exercício físico, se modulamos ou não o nosso sistema imunitário e as nossas hormonas.

É neste contexto que surge o conceito de Medicina Preventiva e da Longevidade Saudável ou Medicina do Envelhecimento Saudável.

LONGEVIDADE SAUDÁVEL

A Medicina do Envelhecimento Saudável é um movimento médico que surgiu nos Estados Unidos da América na década de 90, com o objetivo de mudar a forma como era abordado o avanço da idade. Até então, o envelhecimento era visto como algo com o qual não havia nada a fazer, que se deveria resignar e tratar as doenças típicas do envelhecimento.

Segundo a Medicina do Envelhecimento Saudável, envelhecer com saúde significa manter a sensação de bem-estar e de qualidade de vida que é fruto de uma atitude preventiva e intervencionista, ou seja, é necessária uma mudança de atitude, saindo de uma posição passiva para a ativa, estabelecendo verdadeiros pilares antienvelhecimento.

Leia o artigo completo na edição de outubro 2023 (nº 342)