Embora se fale mais hoje sobre infertilidade do que há uma ou duas décadas, nem sempre é com as palavras certas e o tom adequado, seja numa consulta, nos órgãos de comunicação social ou entre amigos e familiares. Para romper com tabus e desafiar toda a sociedade a falar de forma mais empática com quem enfrenta a infertilidade, o IVI, em parceria com a Associação Uma Vida Mais Fértil, acaba de lançar o Manifesto “A Linguagem da Fertilidade”, porque as palavras importam para quem as ouve.
Para Joana Folgado, uma das fundadoras da Associação Vida Mais Fértil e coach de fertilidade, “não basta dar visibilidade ao problema da infertilidade e encará-lo como uma realidade, mas é preciso observar toda a sua dimensão e perceber que os aspetos emocionais são essenciais na perceção da pessoa infértil”. Daí a necessidade de criar um manifesto, para acabar com generalizações sobre o tema, com expressões menos felizes, conselhos paternalistas e linguagem inadequada.

A linguagem que a sociedade usa coletivamente para descrever problemas relacionados com questões de fertilidade e o aborto pode ter um impacto enorme nos sentimentos da pessoa que vive este desafio, nas escolhas que faz e nos seus resultados.

O Manifesto contém testemunhos de quem enfrenta ou passou pela infertilidade e exemplos em que a linguagem utilizada pelos profissionais de saúde, jornalistas, família ou amigos teve um impacto emocional negativo. Mas o Manifesto desafia também a sociedade a abraçar compromissos para dizer o mesmo de forma mais empática, para que o problema não seja vivido com dor e solidão.

“Sentimos que é nossa obrigação, estar ao lado das mulheres e de todos aqueles que gostariam de poder falar sobre os seus problemas com a gravidez sem comentários inapropriados ou silêncios incómodos”, explica a Dra. Filipa Santos, psicóloga do IVI Lisboa. A especialista defende que é preciso valorizar as emoções e não disfarçar o impacto da infertilidade. “Temos de ter em consideração que estas pessoas, mulheres e homens, que não podem ter um filho naturalmente, são as principais afetadas. E negar esta condição, mais do que desconforto, gera frustração, dor e sentimento de incompreensão”, sublinha.

Em termos genéricos, a infertilidade pode ser definida como a incapacidade de se alcançar uma gravidez após 12 meses de tentativas de conceção sem recurso a qualquer meio anticoncecional, nos casos em que a mulher tenha uma idade inferior a 35 anos. O Dr. Samuel Ribeiro, especialista em Medicina da Reprodução e coordenador científico do IVI Lisboa, explica que, se a mulher tiver uma idade superior, este período é reduzido para seis meses.

Neste contexto, e tendo em conta que a quantidade e a qualidade dos ovócitos diminuem consideravelmente a partir dos 35 anos e que há uma idade limite para a mulher poder aceder a tratamentos de Procriação Medicamente Assistida (PMA) – 50 anos, tanto para o SNS como em clínicas privadas – é de extrema importância despistar eventuais problemas de fertilidade no casal o mais precocemente possível.

Estima-se que 15 a 20% da população em idade reprodutiva tem dificuldade em engravidar. E segundo um relatório do Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida, de 2020, 3,3% das crianças nascidas em Portugal, nesse ano, nasceram com recurso a tratamentos de procriação medicamente assistida.

Aceda AQUI ao Manifesto “A Linguagem da Fertilidade” e assuma também o compromisso de abordar as questões relacionadas com a fertilidade de forma mais ajustada e empática.

Veja o vídeo aqui: