O Grupo de Estudos da Retina (GER) lança o alerta para a importância de a população mais idosa e os seus cuidadores estarem atentos aos sintomas da degenerescência macular da idade (DMI), para se conseguir atuar preventivamente e precocemente no tratamento.

O apelo do GER tem como objetivo sensibilizar a população para o impacto significativo que a perda de visão, causada pela DMI, pode ter nos mais velhos, deixando a pergunta “Já imaginou se deixasse de ver os seus netos?”, no contexto da efeméride do Dia dos Avós, que se assinala no próximo dia 26 de julho.

A DMI é uma doença ocular em que a visão central é gradualmente destruída e tarefas simples como reconhecer rostos, ler, conduzir, podem tornar-se difíceis ou impossíveis. Esta é uma doença progressiva, associada ao envelhecimento, e que pode levar a uma perda irreversível de visão se não for tratada, sendo a principal causa de cegueira nos países desenvolvidos.

Em Portugal estima-se que atinja cerca de 85 mil pessoas e a nível mundial estima-se que 8,7% da população tenha DMI. Prevê-se que em 2050 esta doença atinja 46,9 milhões de pessoas em todo o mundo. Apesar de a DMI ser uma doença que causa danos irreversíveis, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem retardar muito a progressão da doença e nalguns casos melhorar a visão, sendo por isso essencial aumentar o conhecimento da população.

A Professora Doutora Ângela Carneiro, Presidente do GER e oftalmologista, refere que “Em Portugal existe um grande desconhecimento sobre esta doença que nem sempre é identificada a tempo, e por isso, aumentar a educação e a sensibilização da população para a DMI é essencial para conseguir a deteção precoce e o tratamento adequado para retardar a perda de visão e por sua vez melhorar a qualidade de vida destes doentes”.

A DMI nas suas fases precoce e intermédia pode ser praticamente impercetível para os doentes, durante muito anos, podendo originar sintomas leves ou ser mesmo assintomática. A forma exsudativa é particularmente grave, uma vez que o doente pode notar as imagens distorcidas e perder a visão de leitura num dos olhos ou nos dois, num período relativamente curto de tempo. Neste sentido, as pessoas a partir dos 50 anos que sintam alguma alteração na sua visão ainda que ligeira devem consultar um oftalmologista, bem como realizar exames oftalmológicos sistemáticos a partir desta idade, sobretudo se houver fatores de risco presentes – para além da idade, considera-se o histórico familiar e o tabagismo.

O contexto nacional é de uma população cada vez mais envelhecida, por esse motivo o risco de prevalência de DMI é elevado. “Acreditamos que através de uma comunicação mais emocional dirigida aos avós e netos, demonstrando os perigos inerentes à DMI – como a perda parcial ou total da visão – vamos conseguir aumentar a consciencialização dos principais sintomas e desta forma trabalhar no diagnóstico e tratamento precoces.”, acrescenta a Professora Doutora Ângela Carneiro.

A DMI se não for diagnosticada e consequentemente se não for tratada pode ter um impacto significativo nas atividades diárias, dos mais velhos, como:

  • Aumentar o risco de ferimentos e mortalidade;
  • Levar à necessidade de cuidados de suporte;
  • Exacerbar as dificuldades associadas a outras comorbilidades, como por exemplo a perda de audição;
  • Comprometer a qualidade de vida de forma genérica.

O grau de impacto desta doença está relacionado com a gravidade dos sintomas e com o facto de um ou ambos os olhos poderem estar afetados.

Para mais informação, consulte a página do Grupo de Estudos da Retina: https://www.ger-portugal.com/index