Artigo da responsabilidade da Dra. Fátima Carvalho, podologista responsável pelo Centro Clínico do Pé de Amarante
O esporão do calcanhar é uma patologia com entidade própria. A sua histopatologia caracteriza-se como uma proeminência óssea, que consiste num crescimento anormal de uma parte do osso. Esta patologia é mais comum em pessoas que passam a maior parte do seu tempo em pé ou caminhando de um lugar para outro, devido à pressão excessiva num dos principais pontos de equilíbrio corporal que são os pés, originando uma saliência com alta incidência na parte inferior do calcanhar.
Além do excesso de marcha, esta patologia pode estar associada a outras causas, tais como: o uso de calçado inadequado; o excesso de peso; estar numa faixa etária acima dos 40 anos; praticar desportos que exijam elevados impactos, entre outras.
Estima-se que 11 a 27 por cento das pessoas com esporão do calcanhar não apresentam dor, o que pode tornar o diagnóstico desta patologia difícil, visto que também não é visível a olho nu. Ainda assim, existem casos em que os pacientes têm dores intensas na região inferior ou interna do calcanhar, especialmente quando este é pressionado.
Existe um grande número de tratamentos conservadores, mas quando o resultado clínico não é satisfatório, a cirurgia minimamente invasiva é uma opção terapêutica a considerar. Através de um exame complementar de diagnóstico (RX) é possível observar o tamanho da exostose, a morfologia puntiforme e a orientação (vertical). Estes são os fatores que podem determinar parte da sintomatologia do doente. Infelizmente, quando estas medidas não resolvem o problema, é necessário recorrer à cirurgia. Como tal, é fundamental consultar um podologista especializado em cirurgia do pé para um diagnóstico e tratamento adequado.
Usar calçado adequado e cuidar da saúde dos seus pés, mantendo a higiene pessoal diária, também é um fator importante na prevenção e tratamento desta e de outras patologias.
No calçado, se a sola (parte que amortece o impacto com o solo), não é maleável, pode prejudicar a sua recuperação. Desta forma, não deve usar botas, sapatos, ténis, sandálias, chinelos, etc. que não possuam uma sola maleável. Deve ainda evitar, andar descalço, principalmente durante a manhã, que é quando se iniciam os primeiros passos.