A espondilite anquilosante é uma doença crónica, de natureza inflamatória, dolorosa e progressiva, calculando-se que afete cerca de 50 mil portugueses. O Dia Mundial dedicado a esta patologia assinala-se anualmente no primeiro sábado de maio.
A espondilite anquilosante é uma doença reumática inflamatória que afeta as articulações da coluna vertebral e faz com que as vértebras se unam entre si, o que limita a mobilidade das costas.
Atinge principalmente homens, entre os 20 e os 30 anos, sendo menos frequente e mais ligeira nas mulheres. Em geral, existe uma predisposição genética para sofrer a doença, mas desconhece-se o fator desencadeante.
A espondilite afeta, sobretudo, as articulações sacro-ilíacas, que unem a parte final da coluna à pélvis.
Em geral, os doentes começam por sentir um certo desconforto na região lombo-sagrada e nas ancas, acompanhado de dores e rigidez mais acentuadas a seguir ao repouso. Por vezes, a dor da espondilite confunde-se com uma ciática, porque a dor irradia para as nádegas. Tipicamente, os exercícios ajudam a reduzir a rigidez.
Com o tempo, se a inflamação não for detida, conduz à formação de pontes ósseas entre duas ou mais vértebras, dando origem à imobilização permanente desse troço da coluna – anquilose – e/ou à curvatura da coluna para a frente – cifose –, com óbvias consequências para a mobilidade geral do corpo.
À medida que a espondilite evolui, produz dores noutras regiões da coluna, como a dorsal ou a cervical.
Com relativa frequência , a doença produz inflamação noutras articulações, sobretudo nas anca joelhos e nos tornozelos. Também pode produzir lesões nos olhos, com dor e avermelhamento, além de diminuição da visão.
A perda de mobilidade das vértebras pode afetar a caixa torácica e, de forma secundária, o movimento dos pulmões, isto é, a respiração.
Em geral, a maioria dos pacientes com espondilite anquilosante evolui favoravelmente, graças ao diagnóstico precoce da doença e ao seu tratamento. São poucos os doentes que desenvolvem rigidez total da coluna.
Com a idade, os surtos tendem a distanciar-se no tempo e a serem cada vez mais ligeiros. No entanto, há que não esquecer que cada surto pode deixar sequelas na coluna vertebral, de gravidade imprevisível. Por isso, é muito importante realizar um seguimento contínuo.
Artigo anteriormente publicado na edição impressa da SAÚDE E BEM-ESTAR.