O cancro no estômago afeta duas vezes mais homens do que mulheres e é mais comum nos países em que a alimentação é rica em alimentos fumados ou conservados através do sal.
Pensa-se que a ingestão desses alimentos possa ter um papel importante no desenvolvimento do cancro no estômago, que tem vindo a diminuir de forma global nas últimas décadas, possivelmente devido à cada vez maior preservação dos alimentos através do frio (refrigeração e congelação), mais concretamente pela disseminação da utilização do frigorífico. A melhoria das condições sanitárias e a consequente redução da infeção pela bactéria Helicobacter pylori foi também determinante.
“O cancro gástrico resulta de uma complexa combinação, entre fatores ambientais e genéticos. Nos fatores ambientais, conta-se a dieta com o recurso excessivo a alimentos ricos em sal, nomeadamente fumados e conservas e a infeção pela bactéria Helicobacter pylori, presente em águas contaminadas por exemplo”, esclarece Sandra Faias, Coordenadora da Unidade de Gastrenterologia do Hospital Lusíadas Lisboa.
Os principais sintomas do cancro no estômago são a dor persistente, náuseas, vómitos, enfartamento persistente, falta de apetite e emagrecimento. Quando existem sintomas, os tumores apresentam-se habitualmente em fase avançada e o prognóstico é reservado, com uma sobrevivência de cerca de 30% aos 5 anos. Assim, a prevenção é uma das principais armas contra este cancro.
E recomenda: “Para prevenir este tipo de cancro é importante ter cuidados alimentares. Deve-se aumentar o consumo de frutas e vegetais frescos, limitar o consumo de sal, evitando alimentos enlatados e fumados. Os indivíduos com antecedentes familiares de cancro gástrico devem fazer a pesquisa da infeção pelo Helicobacter pylori e eliminar a bactéria com antibióticos se ela estiver presente. Além disso, se detetada a presença de metaplasia de tipo intestinal nas biopsias do estômago, é recomendado fazer endoscopias de vigilância com regularidade, para deteção precoce de lesões neoplásicas do estômago.”
O cancro gástrico é o terceiro mais frequente e o terceiro com maior mortalidade em Portugal. O nosso país conta com o maior número de mortes por cancro no estômago da União Europeia, e ocupa o sexto lugar a nível mundial.