A doença cardíaca coronária, ou simplesmente doença coronária, afeta milhões de pessoas em todo o mundo e tem uma elevada taxa de morbimortalidade. O Dia Nacional do Doente Coronário, institucionalizado pela Fundação Portuguesa de Cardiologia, que hoje se assinala pretende alertar a população para os fatores de risco associados à doença.
Artigo da responsabilidade da Dra. Ana Miranda – Serviços Clínicos da Médis
Uma doença do mundo ocidental e das sociedades modernas, cujas principais manifestações são: angina estável e instável e enfarte agudo do miocárdio. Numa fase mais precoce da vida, os homens apresentam um maior risco de doença coronária do que as mulheres. No entanto, depois da menopausa o risco da mulher acaba por igualar o do homem.
Existem alguns fatores de risco, que contribuem para o desenvolvimento da doença coronária, sendo eles: a idade, colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes, tabagismo, obesidade, inatividade física e histórico familiar de doença coronária.
Esta doença grave e potencialmente fatal resulta da acumulação de depósitos de gordura e de tecido fibroso (placas) no interior das artérias que fornecem sangue ao coração, ou seja, as artérias coronárias. A formação e desenvolvimento destas placas tornam as artérias coronárias progressivamente mais rígidas e estreitas, dificultando o adequado fornecimento de sangue, e consequentemente de oxigenio e nutrientes, para o músculo cardíaco.
Com a idade e na presença de factores de risco, as placas de aterosclerose vão aumentando de dimensões, causando obstrução do vaso sanguineo. Esta obstrução pode ser devida apenas ao aumento de tamanho ou devido à formação de coágulos após a ruptura da placa.
Seja qual for o mecanismo, há obstrução parcial ou completa do vaso sanguíneo, com consequente diminuição do fornecimento de sangue a determinadas zonas do músculo cardíaco, o que se manifesta na generalidade por dor no tórax, designada por angina, o sintoma mais típico. Outros sintomas podem surgir neste contexto, entre eles: cansaço extremo em esforço, náuseas, tonturas, dor no estômago, mandíbula, dorso ou braço.
Na presença destes sintomas, e se associado aos factores de risco mencionados, os doentes devem consultar o seu médico para aconselhamento. Em função da história clinica, exame objetivo e com recurso a deteminados exames complementares de diagnóstico, como por exemplo ECG, ecocardiograma, teste de isquémia, entre outros, é possivel saber se existe doença coronária e qual a sua extensão.
O tratamento desta patologia envolve inicialmente mudanças de estilo de vida, como: parar de fumar, controlar a pressão arterial, praticar exercício físico, ter uma alimentação equilibrada e diminuir os níveis de stress.
Se as mudanças no estilo de vida não forem suficientes, podem ser necessários medicamentos, que vão depender da situação base, das comorbilidades associadas e podem variar de pessoa para pessoa. Existem ainda, nos casos indicados, outros procedimentos como colocação de stent, angioplastia com balão e cirurgia de revascularização miocárdica. Todos eles aumentam o suprimento de sangue para o coração, mas não curam as doenças coronarianas.
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