Quase 40 graus à sombra, o seu médico está de férias e você está prestes a dar à luz. Com a chegada dos meses estivais, multiplicam-se as dúvidas e as preocupações. Aqui esclarecemos as mais frequentes.

 

É verdade que há mais partos prematuros no verão?

Não existem dados que indiquem que a percentagem de partos prematuros é maior nos meses de verão. O risco de prematuridade não está relacionado com a temperatura ambiental, nem com as viagens, nem com as férias, mas sim com outros problemas específicos da gravidez e com alguns hábitos pouco saudáveis, como o tabagismo.

Posso ir de férias?

Estar grávida não significa ficar sem férias. Apenas o médico pode indicar a inconveniência de uma viagem, durante a gravidez.

Se os seus hábitos de férias passam por gozar um merecido descanso numa praia portuguesa ou num arborizado parque de campismo ou se aproveita habitualmente as férias para visitar uns familiares que vivem no interior, então não tem razões objetivas para deixar de o fazer este ano.

Obviamente, a gravidez não é o momento ideal para procurar aventuras por países exóticos. O essencial é planificar as férias como uma forma de descanso.

Viajar de automóvel pode antecipar o parto?

É provável que o organismo fique mais cansado, nesta fase e com este calor. No entanto, se decidir sair uns dias, deve saber que não há razões para pensar que o seu parto se poderá antecipar por fazer uma viagem tranquila de automóvel.

O nascimento do seu filho poderá ocorrer na data prevista ou antes de tempo e esse é um risco que terá de assumir, mas não pelo facto de fazer um percurso de carro.

Ainda assim, o mais sensato é não fazer grandes viagens de automóvel durante as últimas quatro semanas de gravidez. Deste modo, poderá ter a certeza de estar presente em todas as monitorizações da reta final e dar à luz na maternidade ou clínica que escolheu.

E de avião?

Viajar de avião não condiciona a chegada ao mundo do seu filho. De facto, é o meio de transporte mais seguro para realizar viagens longas, na última fase da gravidez. O principal inconveniente é que muitas companhias aéreas têm normas especiais para grávidas, que vão desde a exigência de um atestado médico, que a autorize a empreender a viagem, até à não admissão de gestantes a partir da 34ª semana. Informe-se, antes de fazer a sua reserva. Mas, sobretudo, fale com o seu obstetra sobre a intenção de realizar esta viagem.

Posso provocar o parto se tomar um banho de piscina?

Não. Em princípio, poderá banhar-se na piscina, inclusive para além do tempo, sem risco de desencadear o parto. No entanto, não se aconselham os banhos de imersão a partir das três semanas anteriores à data provável do parto, pois o tampão mucoso, que atua como barreira protetora face aos gérmenes, poderia amolecer e deixar de cumprir a sua função.

Leia o artigo completo na edição de julho-agosto 2022 (nº 329)