Sabemos hoje que o sono é um elemento vital nas nossas vidas. Ainda assim, continuamos a descurá-lo.

 

20151007_AR_WAPA_28226Artigo da responsabilidade de Paulo Carvalho, Diretor da Spaldin Portugal

O ritmo de vida, muitas vezes intenso, obriga-nos a relegar o descanso para segundo plano. Os dias parecem demasiado curtos para a imensidão de tarefas com que nos confrontamos e as viagens entre casa e trabalho tornam-se demasiado longas. Chegados ao lar, devíamos dedicar todo o tempo que nos resta para nos focarmos no descanso, mas nem sempre o fazemos.

PERÍODO DE RECUPERAÇÃO

Além de nos trazer o descanso merecido, o sono é um precioso aliado da nossa saúde, a par do exercício físico e de uma alimentação equilibrada. Apesar da sua importância, o descanso é ainda visto por muitos como uma “pequena morte”, uma perda de tempo. Preconceitos que devem ser ultrapassados, uma vez que o sono, além de necessário, é também extremamente útil. Trata-se de um estado que nos permite recuperar e preparar-nos para enfrentar um novo dia nas melhores condições físicas e mentais. Durante a noite, o corpo restaura-se, defende-se de infeções, produz hormonas e a pele regenera-se. Ou seja, durante o sono, o nosso corpo não está, de todo, inativo.

Durante muito tempo, pensou-se que a falta de sono tinha como única consequência uma simples sensação de fadiga passageira, que podia ser recuperada. No entanto, sabe-se agora que as restrições de sono quotidianas ou ocasionais constituem fatores de risco para a nossa saúde.

CONSEQUÊNCIAS, POR VEZES, FATAIS

A privação de sono pode ter consequências diretas, imediatas e, por vezes, fatais. O cansaço, a sonolência e a falta de atenção são algumas das principais causas de acidentes rodoviários mortais. Mas os acidentes relacionados com a falta de sono não se dão apenas no trânsito. O desastre de Chernobyl, em 1986, e o naufrágio do petroleiro Exxon Valdez, em 1989, têm algo em comum: ambos ocorreram em plena noite, entre as 2h e as 6h da manhã, e tiveram causas relacionadas com fadiga e sonolência.

De forma não tão imediata, mas não menos importante, o sono tem uma grande influência na nossa saúde. A privação de sono está associada, por exemplo, a um risco aumentado de doença cardíaca, doença renal, hipertensão, diabetes e acidente vascular cerebral.

Além disso, está também comprovado que dormir pouco e mal aumenta o risco de obesidade, uma vez o sono ajuda a equilibrar as hormonas da fome (grelina) e da saciedade (leptina). Quando uma pessoa não dorme o suficiente, o seu nível de grelina sobe, enquanto o nível de leptina diminui, resultando num aumento do apetite.

De uma forma geral, a falta de sono age sobre as performances físicas e cognitivas, fazendo-se acompanhar por uma fadiga muscular, distúrbios imunitários, perturbações do equilíbrio psicológico e alterando as capacidades cognitivas, como a memória, a razão, o léxico e a fluidez da linguagem. Pessoas com problemas de sono podem também sentir dificuldade em tomar decisões, resolver problemas, controlar as suas emoções e lidar com a mudança. Em casos mais extremos, a privação de sono pode ainda estar associada à depressão e a comportamentos de risco.

Leia o artigo completo na Edição de janeiro 2016 (nº 257)