Um dia em família, sem obrigações nem horários e sem tecnologia parece ser a prioridade das mães. Pelo menos, assim conclui um inquérito recente, levado a cabo por uma empresa suíça especialista em aleitamento.
O início do aleitamento materno pode ser complexo para algumas mães. Pode produzir sentimentos contraditórios: “sei que o leite materno é o melhor alimento para o meu bebé, mas às vezes condiciona-me” ou “surgem-me dúvidas se o meu bebé ingere leite suficiente” ou, ainda, “quero tanto cumprir com as expectativas enquanto mãe, mulher e companheira que me falta tempo para mim mesma”.
O INQUÉRITO
Por ocasião do lançamento da sua aplicação para dispositivos móveis, a Medela, empresa especialista no desenvolvimento e produção de produtos para o aleitamento, perguntou às suas usuárias como gostariam que fosse “um dia perfeito”, dando-lhes a selecionar entre quatro opções: em família, com o companheiro, com uma amiga ou a sós.
Cerca de 75% das participantes do inquérito afirmaram que preferem passar “um dia perfeito” com a sua família. Segundo Loreto Laguna, coach acreditada pela ICF e Bureau Veritas, um dos principais perigos de hoje em dia é “priorizar qualquer atividade antes de nos dedicarmos a passar um tempo em família”. Por outro lado, segundo a psicóloga María Rosa Ferrero, “as mães com crianças pequenas necessitam de apoio, acompanhamento e compreensão por parte das pessoas importantes para elas. Contudo, na sociedade atual, especialmente nas grandes cidades, não é fácil contar com esta rede de apoio”.
NECESSIDADE DE LIVRE
Quase dois terços das mulheres que participaram no inquérito definiram o seu “dia perfeito” como um dia onde pudessem realizar atividades ao ar livre, seja na praia, na montanha ou, simplesmente, no parque. Segundo a psicóloga, “isto pode explicar-se porque, com o nascimento do bebé, a mãe envolve-se numa rotina à mercê dos cuidados do bebé. Há poucos sítios públicos onde seja fácil ir com um bebé, o que aumenta a diferença entre a vida social anterior e a atual”. Loreto Laguna acrescenta, por seu turno: “Estas respostas refletem a necessidade, tanto física como emocional, de nos podermos mover, respirar ar, receber a luz e a energia do exterior”.
Uma quarta parte das pessoas que definiram o seu “dia perfeito” como um dia para desfrutar em família insistiram na necessidade de “ter os telemóveis desligados”, sem nada que as incomode, “sem obrigações nem pressas, sem tecnologia, sem horários e sem sufocos”.
“Necessitamos desligar os dispositivos móveis para nos conectarmos entre nós”, analisa Loreto Laguna. “Parece que, se não estamos online com o mundo exterior, perdemos algo importante e, no entanto, o que estamos a conseguir é perder a relação com a nossa família. Há que estar ‘online’ com ela, fazendo ‘off’ a tudo o mais”, conclui esta profissional.
Leia o artigo completo na Edição de janeiro 2016 (nº 257)