O objetivo do conjunto de cirurgias refrativas é conseguir uma visão semelhante à que existia antes da necessidade do uso de óculos ou lentes de contacto.

Artigo da responsabilidade do Dr. Fernando Silva. Oftalmologista do Grupo Trofa Saúde

 

Quando falamos em cirurgia refrativa, referimo-nos a um conjunto de operações que permitem corrigir todas as alterações refrativas (graduações) do olho: miopia, hipermetropia, astigmatismo e presbiopia.

Neste campo, dispomos de várias opções cirúrgicas, com ótimos resultados, para quem pretenda não usar óculos ou lentes de contacto.

Todas estas cirurgias são feitas em regime de ambulatório, com o doente a poder ter alta para o domicílio pouco depois do procedimento ter sido efetuado e podendo retomar as suas atividades diárias normais no dia seguinte ou poucos dias depois.

CIRURGIAS LASER

Existem duas abordagens diferentes nestas correções: a cirurgia laser na córnea ou a introdução de lentes intraoculares.

Para os doentes mais jovens, habitualmente entre os 18 e os 40-45 anos, o procedimento mais habitual é a cirurgia laser na córnea (Lasik).

No caso da miopia, existe uma alteração da graduação do olho que ocorre pelo facto do olho ser demasiado grande ou a córnea ser muito curva. Nestas circunstâncias, as imagens não se focam onde deveriam, em cima da retina, mas à frente desta. Os doentes apresentam uma visão desfocada para a distância e nítida para o perto. Nestes casos, usa-se o laser para operar a córnea, de forma a alterar a sua curvatura, diminuindo-a e permitindo assim a focagem das imagens mais posteriormente, em cima da retina. É feita a remoção de uma pequena quantidade de tecido corneano central por ablação, com um laser Excimer, tornando-a mais plana.

No caso do astigmatismo, existe um eixo da córnea mais curvo e também aí é necessário aplanar a córnea nesse meridiano com o laser, de forma à curvatura ficar mais uniforme.

Quando existe hipermetropia, o olho é muito pequeno ou a córnea muito curva, focando-se as imagens atrás da retina. Nestes casos, é necessário usar o laser para aumentar a curvatura da córnea, fazendo uma ablação periférica, para aumentar a curvatura central.

QUEM É CANDIDATO?

Podem ser operados todos os doentes com a graduação estabilizada há mais de 1 ano, motivados para abandonar os óculos ou lentes de contacto, sem contraindicações para a cirurgia, com expetativas realistas acerca dos resultados cirúrgicos e com córneas saudáveis e não demasiado finas.

Para saber se pode ser operado, o paciente tem que fazer exames para medir a graduação do olho, de forma a avaliar se está estabilizada e não é demasiado alta para fazer a operação. São necessárias também medições da córnea para determinar se é normal e tem espessura suficiente, além de exames gerais ao olho, para avaliar se não há outras doenças.

COMO É O PROCEDIMENTO?

Na cirurgia Lasik é utilizado um laser Excimer com o qual é efetuada uma pequena ablação na espessura da córnea (estrutura transparente na parte mais anterior do olho), permitindo assim a alteração da graduação da mesma, modificando a sua curvatura e grossura. Trata-se de um procedimento extraocular, muito seguro, muito preciso e realizado com tecnologia laser muito avançada. Os lasers mais modernos são extremamente eficazes e rápidos, permitindo a correção de cada dioptria de miopia em cerca de 1 a 2 segundos. São também muito seguros, pois têm um dispositivo designado Eyetracker, o qual permite que o laser siga o movimento do olho, caso o doente o mova inadvertidamente durante a cirurgia.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2024 (nº 354)