O cancro da mama é a doença oncológica de maior incidência na mulher portuguesa e nos países desenvolvidos. Todos os anos, em Portugal, são detetados cerca de 7.000 novos casos e 1.800 mulheres morrem com esta doença. Com o diagnóstico precoce muitas vidas poderiam ser poupadas.

 

O cancro da mama é a doença oncológica de maior incidência na mulher portuguesa e na maioria dos países desenvolvidos. Todos os anos, Portugal apresenta 7000 novos casos. A mortalidade ascende a 1800 por ano, o que corresponde a mais de cinco mortes por dia.

É uma doença que aumenta de incidência com a idade, mas que atinge igualmente muitas mulheres no seu período de maior produtividade e pujança física e intelectual. Também ocupa no nosso país o lugar cimeiro de mortalidade na mulher. E muitas dessas mortes poderiam e deveriam ser evitadas com programas adequados de prevenção primária e secundária.

Fatores de risco

Quanto mais velha for a mulher maior probabilidade tem de desenvolver cancro da mama. Há outros fatores de risco, nomeadamente genéticos (ligados ao ADN e genes – apenas 5%), familiares e hormonais (menarca tardia, gravidez tardia, não aleitamento, menopausa tardia).

Não está provado que o uso de contracetivos hormonais aumente o risco de cancro da mama. O mesmo pode afirmar-se do recurso à terapêutica hormonal de substituição (THS) durante 5 anos com fármacos adequados.

Opções de tratamento

As mulheres com cancro da mama têm várias opções de tratamento: cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas. Na maioria dos casos, o fator mais importante, na escolha do tratamento, é o estádio da doença. Habitualmente, a mulher é submetida a vários tipos de tratamento.

O tratamento para o cancro pode ser local ou sistémico:

Tratamento local – A cirurgia e a radioterapia são tratamentos locais.

A cirurgia pode ser conservadora (mastectomia parcial) ou radical (extração de toda a mama).

A cirurgia deve contemplar, igualmente, a pesquisa do gânglio sentinela da axila; se o gânglio sentinela for positivo (tiver células tumorais) ter-se-á de realizar um esvaziamento axilar.

Atualmente, o tratamento cirúrgico é cada vez mais conservador, o que evita mastectomias radicais e esvaziamentos axilares.

A radioterapia é um tratamento que completa, na maioria das vezes, o tratamento cirúrgico e pode ser realizado externamente e/ou com braquiterapia.

Tratamento sistémico – Quimioterapia, terapêutica hormonal e terapêuticas dirigidas (também chamadas terapêuticas alvo, como os anticorpos monoclonais ou terapêuticas com pequenas moléculas).

Algumas mulheres com cancro da mama podem, ainda, receber terapêutica sistémica para diminuir o tamanho do tumor, antes da cirurgia ou da radioterapia, para que a intervenção seja menos extensa – é o chamado tratamento neo-adjuvante. Outras recebem terapêutica sistémica após a cirurgia e/ou radioterapia, para prevenir que células cancerígenas tenham permanecido na corrente sanguínea e linfática. Os tratamentos sistémicos também são usados no cancro metastizado.

Diagnóstico precoce

O cancro da mama é uma das poucas doenças oncológicas que pode ser diagnosticada antes que se note algum sintoma. Quando detetado na sua fase mais inicial, o cancro tem uma probabilidade de cura próxima dos 100 por cento. Para isso, são importantes as consultas regulares ao ginecologista, a autopalpação mamária e a realização de uma mamografia anual, a partir dos 40 anos.

A mamografia não é mais do que uma radiografia das mamas, que deteta lesões em estádios muito incipientes do cancro, inclusivamente antes de ser percetível ao tato.

Quando na autoexploração mamária se deteta um nódulo, há que ir imediatamente ao médico, para a realização de exames de diagnóstico. Porém, nove em cada 10 tumores mamários são benignos.

Leia o artigo completo na edição de fevereiro 2023 (nº 335)