A artrose é uma doença caracterizada por alterações degenerativas da cartilagem articular, que afeta principalmente as articulações de carga. Da prevenção ao tratamento cirúrgico, são muitas as opções disponíveis.
Artigo da responsabilidade do Dr. Pedro Pessoa, Ortopedia e Traumatologia Desportiva; Responsável pela Unidade Joelho do Hospital Sant’Iago do Outão; Responsável pela Cirurgia Ortopédica do Sporting Clube Portugal
A artrose, osteoartrose ou osteoartrite são nomenclaturas que normalmente designam a mesma doença. A artrose é uma doença caracterizada por alterações degenerativas da cartilagem articular, que afeta principalmente as articulações de carga, nomeadamente os joelhos, a coluna e as ancas.
A doença afeta cerca de 80% das pessoas com mais de 60 anos e é uma das patologias mais frequentes do nosso planeta, existindo em Portugal cerca de 1 milhão de doentes. Atinge predominantemente o sexo feminino, sendo as queixas principais a dor e a rigidez articular. Com a evolução da artrose, aparecem deformidades nas articulações afetadas.
No desporto e na alta competição, é normal encontrarmos atletas com processos de artrose, principalmente nos desportos de contacto (futebol, rugby, basquete, andebol…). Nos atletas mais velhos e naqueles com antecedentes de traumatismos de repetição, a incidência é ainda maior.
PREVENÇÃO E TRATAMENTOS CONSERVADORES
Na população em geral, a prevenção é importante e devemos privilegiar o controlo do peso, promover uma atividade física regular e aconselhar a toma de antiartrósicos como a glucosamina, a condroitina, o ácido hialurónico, o colagénio e os antioxidantes, os chamados “Slow Drug Action”, que atuam somente ao final de alguns meses.
Como tratamento conservador e na fase inicial da artrose, podemos recorrer aos anti-inflamatórios, fisioterapia, descarga do peso com ortótese e/ou canadianas, infiltração com corticoide, mesoterapia e/ou viscosuplementação com ácido hialurónico.
OPÇÃO MINIMAMENTE INVASIVA
Mais tarde, depois de esgotarmos todas as alternativas do tratamento conservador, a cirurgia será a opção natural para tentarmos melhorar a qualidade de vida do nosso doente.
A primeira opção cirúrgica é o tratamento artroscópico. Esta técnica cirúrgica, pouco invasiva e de baixa morbilidade, tem bons resultados, desde que o doente tenha indicação para a realização da mesma. É a denominada “toilette” ou limpeza articular.
Com o desenvolvimento da Bioengenharia, “todos os dias” aparecem novas soluções terapêuticas, como as membranas e geleias de colagénio, os PRP (fatores de crescimento), as células estaminais.
PRÓTESES CADA VEZ MAIS EVOLUÍDAS
Como fim da linha, temos as próteses (artroplastias), que são cada vez mais evoluídas, mais anatómicas e com maior durabilidade. A população alvo com necessidade deste tipo de intervenção é cada vez mais jovem, prevendo-se um aumento exponencial do número de artroplastias a realizar num futuro próximo (357% até 2030).
Atualmente, existem próteses feitas por medida (avaliada por RM ou TAC) e materiais muito evoluídos, como o oxinium, que permitem uma reabilitação mais rápida, melhores resultados e uma duração que pode atingir os 30 anos.
Leia o artigo completo na edição de dezembro 2016 (nº 267)
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