Atualmente, o aleitamento materno é amplamente incentivado, mas a amamentação pode ser um grande desafio para a mulher.

A mulher, desde o início da humanidade, sempre soube alimentar o seu filhote. Os conhecimentos eram passados pelas mulheres mais experientes para as novas gerações e assim foi durante muitos e muitos séculos. Porém, a história recente da amamentação foi-se modificando. As mulheres desaprenderam a amamentar os seus bebés e, durante um certo tempo, acreditava-se que substituir o leite materno pelo leite de vaca não traria grandes prejuízos. Contudo, demonstrou-se que o aleitamento materno, além de ser uma grande prova de amor, é também garantia de saúde para o bebé.

Agora, vivemos tempos em que o aleitamento materno é amplamente incentivado, mas a amamentação ainda pode ser um grande desafio.

VACINA DE AMOR

Assim que acaba de dar à luz, o corpo da mulher desencadeia o processo que lhe permitirá oferecer ao bebé esse ouro líquido, chamado leite materno. Vitaminas, proteínas, ácidos gordos essenciais emanam do seu peito, juntamente com outros componentes, inimitáveis e impossíveis de encontrar noutro leite que não seja o seu. São as imunoglobulinas e os leucócitos, elementos que protegerão a saúde do bebé, enquanto o seu próprio sistema de defesa amadurece. Infeções gastrointestinais, otites, alergias, dermatites, asma e, inclusive, o risco de morte súbita estarão mais longe do seu filho, se o alimentar com o seu precioso leite.

É ainda na sala de parto que já pode, e deve, acontecer a primeira mamada. Quanto mais cedo, melhor. É nesse momento que o bebé recebe os anticorpos da mãe e começa a preparar-se para o ambiente onde viverá.

Se a sua noção de amamentar se resume a colocar a mama na boca do bebé, peça ajuda a uma enfermeira ou outro profissional. No início precisará de ajudar o bebé a colocar o mamilo corretamente na boca e garantir que suga o leite. Caso contrário, a mamada será dolorosa para si e de pouco proveito para o bebé.

AMAMENTAÇÃO A PEDIDO

O leite materno só “sobe” alguns dias depois do nascimento do bebé. Nos primeiros dias, a mãe produz o colostro, que é uma substância preciosa, espessa e amarelada, cheia de anticorpos e proteínas, que irá alimentar o seu filho e funcionar como a sua primeira vacina.

No início, o bebé pode pedir para mamar de hora em hora. E os pediatras recomendam que seja amamentado dia e noite, sempre que tiver vontade, sem pensar que passou apenas 30 minutos ou duas horas. Dentro de dois a quatro dias, quando o leite materno “subir”, o bebé irá ajustar-se a essa mudança e as mamadas serão mais espaçadas, a cada duas ou três horas.

ALIMENTAÇÃO DA MÃE

Cada mãe produz o leite que o seu bebé precisa. Por vezes, dá-se o caso do leite não ser suficientemente “gordo” para garantir o normal desenvolvimento do bebé. Nessas situações, há que recorrer a leites de fórmula. Mas será que a alimentação da mãe tem efeitos diretos no leite? Naturalmente que sim.

O correto será manter uma alimentação saudável, com bastantes lácteos, água e sumos, para estimular a produção de leite. Alguns bebés podem ser sensíveis a um determinado tipo de alimento que a mãe consome. Neste caso, se ingerir temperos fortes, por exemplo, esteja atenta à reação do bebé, nomeadamente se fica agitado ou apresenta alguma alergia.

Por outro lado, durante a amamentação não deve iniciar uma dieta em nome de recuperar o peso ganho durante a gravidez. É que uma alimentação pobre em alguns nutrientes pode comprometer a produção e a quantidade de leite e prejudicar a nutrição do bebé. Para produzir uma boa quantidade de leite, a mãe necessita de uma alimentação equilibrada, com aproximadamente 2000 calorias por dia, muita água ou qualquer outro líquido, além de relaxar bastante. Pode aproveitar para descansar durante os períodos de sono do bebé, deixando afazeres e compromissos para outras pessoas. Nesta fase, todos têm que ajudar.

E, obviamente, medicamentos, bebidas alcoólicas e tabaco não combinam com amamentação. A mãe que amamenta deve lembrar-se sempre que estas substâncias perigosas podem ser transferidas para o leite materno.

Leia o artigo completo na edição de setenbro 2024 (nº 352)