Para desfrutarmos da vida, temos de nos aproximar das coisas simples que os sentidos nos proporcionam, abrir-nos conscientemente para as nossas sensações e descobrirmos que muitas são agradáveis e que correspondem, afinal, às pequenas alegrias da vida.

 

Quando uma criança nasce, ela está próxima das suas sensações. Durante o seu primeiro ano de vida, está inteiramente ligada ao “aqui e agora”: ouve a voz da mãe e alegra-se; cheira a comida que lhe estão a preparar e entusiasma-se; chapinha no banho e diverte-se; sente o peito a vibrar, enquanto escuta as suas próprias gargalhadas; enfim, tudo para ela é uma aventura, repleta de intensas sensações conscientes, nas quais mergulha sem hesitação.

Este é o paraíso perdido da infância, no qual toda a vivência, inclusive a produzida pelas coisas mais simples, é sempre intensa. É que, pouco a pouco, o ser humano começa a passar ao lado do que verdadeiramente sente e a procurar aquilo que pensa serem as grandes razões da existência. Mas esta é uma busca desnecessária, pois as grandes razões estão sempre presentes, bastando utilizar os sentidos.

Nada de complicado!

Cada sentido é composto por um recetor, capaz de ser estimulado pelas condições físicas, o qual transmite os dados à zona correspondente do cérebro, órgão este que interpreta toda a informação recebida. Perante qualquer estímulo, o cérebro inicia um processo de associação com experiências anteriores e forma a imagem que considera mais concordante. Os sentidos são, deste modo, as nossas janelas para o mundo.

Embora qualquer objeto possua um grande número de propriedades, a nossa perceção considera apenas cinco modalidades – correspondentes aos cinco sentidos – e limitadas por certos parâmetros. Por exemplo, não conseguimos captar um som quando este se encontra num comprimento de onda acima ou abaixo dos limites da audição.

Leia o artigo completo na edição de outubro 2017 (nº 276)