Entre os 12 e os 18 anos, a alimentação tem uma especial importância para o desenvolvimento do ser humano. O crescimento acelerado, o exercício físico intenso e o aumento exacerbado do apetite são alguns dos fatores a ter em conta nestas idades.

 

Em linhas gerais, são válidas todas as indicações em torno da alimentação da criança, referidas em artigos anteriores; no entanto, há que ter em conta a entrada em cena, na puberdade e adolescência, de uma série de novos fatores.

Para começar, é muito frequente a mudança de gostos no jovem e no adolescente. Assim, o gosto pelas guloseimas e pelos doces, sobretudo, no que se refere a bebidas, cede lugar a uma atração pelo salgado e, inclusivamente, pelas bebidas fortes. Simultaneamente, o adolescente experimenta uma mudança substancial na sua conduta alimentar, ditada talvez pelo desejo de “ser mais velho”, que pode, em muitíssimos casos, estabelecer-se como o seu padrão dietético para o resto da vida.

NECESSIDADES ENERGÉTICAS

Por outro lado, durante a adolescência, existem marcadas diferenças entre os sexos. Uma das mais importantes, pelas suas repercussões no âmbito dietético, é a que se refere ao exercício físico. E, normalmente, os rapazes são mais virados para o desporto e desenvolvem uma maior atividade física do que as raparigas.

Se a isto juntarmos o facto de que os rapazes também têm maior apetite do que as jovens, é fácil concluir que, na hora de saciar o apetite – mantendo o equilíbrio dos nutrientes ingeridos – e de proporcionar-lhes a quantidade energética total adequada, as dietas dos rapazes e das raparigas também apresentam algumas diferenças.

Geralmente, bastam entre 2400 e 2600 kcal, no caso das raparigas, e perto de 3000, no caso dos rapazes, para satisfazer as necessidades energéticas diárias, nestas idades. É claro que estes valores são unicamente orientadores e não devem seguir-se rigidamente; assim, por exemplo, no caso de exercício físico intenso – suponhamos, uma competição desportiva – deverá aumentar-se razoavelmente o valor energético, na proporção da atividade concreta que o jovem vai efetuar.

O PERIGO DA “JUNK FOOD”

Neste artigo, merece especial atenção um detalhe que, muitas vezes, não é levado em conta e que pode resultar altamente lesivo e com consequências imprevisíveis. O grande apetite que caracteriza os adolescentes tende, por vezes, a saciar-se com aquilo a que os dietistas mais temem: a denominada “junk food”.

São vários os fatores que movem o adolescente, nas suas primeiras saídas sociais, a preferir os estabelecimentos de comida rápida ou a comer mal: o desejo de fazer como os mais velhos, o escasso poder de compra, sem esquecer a grande influência que sobre eles exercem os meios de comunicação, principalmente a televisão.

 

Leia o artigo completo na edição de outubro 2016 (nº 265)