Obter uma licenciatura ou um mestrado já não é suficiente para assegurar um bom emprego, nos dias de hoje. Saiba quais são as competências necessárias para a força de trabalho do futuro.

 

 Segundo estimativas do Banco de Portugal, a taxa de desemprego jovem (até aos 24 anos), no mês de maio de 2021, foi na ordem dos 24,4%, ou seja, muito superior à média nacional.

Habitualmente, são os jovens profissionais os primeiros a engrossar o contingente de desempregados, uma vez que têm vínculos laborais mais frágeis: contratos a prazo, período experimental ou recibos verdes.

Independentemente do grau de instrução académica, é provável que alguns não disponham das competências necessárias para serem integrados em posições que desejam. Especialistas identificam nove competências necessárias para tornar as pessoas mais atrativas no recrutamento.

Alfabetização digital

Quase todas as carreiras profissionais atuais envolvem a utilização de alguma forma de tecnologia. Assim, quanto mais uma pessoa souber sobre tecnologia, mais atraente será para um recrutador.

A alfabetização digital implica a familiarização dos jovens com uma variedade de tecnologias, para que possam facilmente aprender a utilizar qualquer programa ou dispositivo. À medida que os jovens se preparam para entrar no mercado de trabalho, devem aumentar continuamente os seus conhecimentos sobre as tecnologias emergentes, o que ajudará os futuros empregadores a considerá-los mais passíveis de abraçar novos desafios que envolvam tecnologia inovadora.

Capacidade de resolução de problemas

Talvez a competência mais importante necessária à força de trabalho do futuro seja a capacidade de resolver problemas.

Muitos sistemas educativos não ensinam estas competências, uma vez que se concentram na aprendizagem de rotina. Os jovens precisam de muita prática e persistência para resolverem uma vasta gama de problemas. Os empregos atuais já não são rotina: as pessoas devem ser capazes de esperar e adaptar-se a todo o tipo de problemas que possam surgir.

O exercício do pensamento crítico é uma obrigação e um dos principais trunfos que os empregadores procuram em novas contratações.

Cidadania global

Graças à tecnologia, o nosso mundo é agora mais pequeno do que nunca. Enquanto no passado os profissionais só lidavam com pessoas da sua região, a força de trabalho do futuro irá agora interagir com pessoas de todo o mundo. Os jovens devem aprender e apreciar outras culturas que envolvem códigos de comunicação diferenciados. Dominar mais do que uma língua é uma grande vantagem, pois permite comunicar e ligar-se a pessoas de outras culturas, facilitando o caminho para a cidadania global.

Esta vertente torna um jovem particularmente atrativo para os recrutadores, e esta aprendizagem pode vir como bagagem informal, como viagens realizadas, programas online internacionais, intercâmbios, competição desportiva, etc.

 4.

Empreendedorismo

Embora nem todos os jovens criem empresas, todos eles precisam de um sentido de empreendedorismo para terem sucesso no mercado de trabalho.

Isto significa que os jovens precisam de ser motivados nos seus empregos e que precisam de dar espaço para a iniciativa. As empresas com foco no capital humano e na sustentabilidade a longo prazo querem integrar colaboradores que tenham atitudes de vanguarda e que possam iniciar mudanças e ideias por si próprios. Espera-se que os jovens façam mais do que apenas uma lista de tarefas. É hora de ser empreendedor, pois os empregadores esperam que novos profissionais possam impactar positivamente a sua organização.

5.

Curiosidade e amor pela aprendizagem

O futuro é indefinido e é garantidamente marcado pela evolução constante e acelerada, pelo que não há limite para o que os profissionais possam precisar de aprender.

Os jovens devem agarrar-se à curiosidade e ao amor em aprender que possuíam quando crianças. Estes traços traduzem-se perfeitamente no ambiente de trabalho moderno. Os jovens devem procurar constantemente o conhecimento e aprender coisas novas. Quanto mais souberem, mais completos serão.

Os empregadores procuram pessoas que tenham esta postura e alguém que o demonstre será sempre uma mais-valia para uma empresa.

6.

Competências de comunicação

As aptidões de comunicação vêm de seguida às aptidões de resolução de problemas quando se trata das competências necessárias à força de trabalho do futuro.

Não importa quão grandes sejam as intenções ou ideias de uma pessoa; se não conseguirem comunicar eficazmente, muitas outras competências serão de pouca importância, pois acabam por não ser implementadas por falta de compreensão das equipas. Os jovens devem ser eficazes na transmissão das suas ideias, tanto por escrito como oralmente. Muitos empregadores listam as capacidades de escrita e oralidade dentre as principais características que procuram nas novas contratações.

Os jovens devem praticar a exposição escrita e oral até se sentirem à vontade para comunicar no local de trabalho.

7.

Adaptabilidade e flexibilidade cognitiva

O mundo do trabalho atual está em constante mudança e ninguém sabe ao certo como serão as diversas atividades setoriais nas próximas décadas. Para que os jovens tenham sucesso, devem ser capazes de se adaptar facilmente à mudança. Muitas empresas estão sempre a mudar a forma como fazem as coisas e precisam de profissionais capazes de se adaptar às mudanças que certamente irão enfrentar no futuro, que pode ser já amanhã!

Os jovens também precisam de ter flexibilidade cognitiva. Isto significa que precisam de ser capazes de mudar a sua forma de pensar perante novos problemas e situações; precisam de ser capazes de olhar para uma situação de muitos ângulos e formular o melhor plano de ação.

8.

Acesso, avaliação e análise da informação

Com a disponibilidade generalizada da tecnologia, os jovens têm uma riqueza de conhecimentos na ponta dos dedos. Atualmente, já não se trata do que uma pessoa sabe, mas do que ela pode descobrir. Por conseguinte, os jovens não precisam obrigatoriamente de uma cabeça cheia de conhecimentos, mas precisam das competências necessárias para aceder a qualquer informação de que possam necessitar para resolver um problema.

Precisam não só de saber como aceder à informação, mas também de ser capazes de a avaliar, analisar, triar e determinar se é relevante para a resolução da situação que têm entre mãos e como pode ser aplicada; saber distinguir o que são fontes fidedignas e não se ficarem comodamente com as respostas que obtêm do resultado da pesquisa que lhes aparece no topo da lista do Google.

9.

Autoconhecimento e inteligência emocional

Uma das competências mais importantes necessárias na força de trabalho do futuro é o autoconhecimento para poderem reconhecer os seus pontos fortes e fracos. Quando uma pessoa se compreende a si própria, pode fazer os ajustes necessários e realizar o melhor que pode. Os jovens que se conhecem não só sabem como abordar e resolver problemas, como também são mais capazes de trabalhar com outros.

Para além do autoconhecimento, a força de trabalho do futuro precisa de ser capaz de compreender os outros através da inteligência emocional. Isto permitir-lhes-á estabelecer ligações com os seus colegas de trabalho, superiores e qualquer pessoa associada à empresa. Fazer ligações fortes é essencial em qualquer setor de atividade. Os empregadores querem novos colaboradores que possam formar estes laços para promover a empresa e trabalhar bem com outros.

Fonte: Adecco Portugal

Leia o artigo completo na edição de outubro 2021 (nº 319)