Estudos mostram que as pessoas que sofrem de enxaquecas recorrentes podem beneficiar dos suplementos da substância idêntica à vitamina, coenzima Q10.

As enxaquecas podem ter múltiplas causas, pelo que não têm cura. Há uma série de medicamentos destinados especificadamente a tratar as enxaquecas e, além disso, determinados medicamentos, habitualmente usados para tratar outros problemas, podem aliviar ou prevenir as enxaquecas. Contudo, há cada vez mais pessoas que sofrem de enxaquecas a procurar formas mais naturais de combater as crises recorrentes de enxaquecas. E um tratamento que tem captado um grande interesse é a coenzima Q10, uma substância idêntica à vitamina.

Disfunção mitocondrial

Essencialmente, a coenzima Q10 é a “vela de ignição” que controla a renovação da energia em todas as células humanas, incluindo as células do cérebro. Este processo tem lugar no interior de pequeníssimas “centrais elétricas” denominadas mitocôndrias. Na verdade, há investigadores que associam a enxaqueca a disfunção mitocondrial e que fazem a seguinte pergunta: haverá relação entre níveis de Q10 baixos e maior risco de enxaquecas?

Menos dias com enxaquecas

Em 2002, um grupo de cientistas da Universidade Thomas Jefferson, em Filadélfia, Estados Unidos, propuseram-se verificar de que modo a suplementação com coenzima Q10 atuava em 32 doentes de enxaquecas. Este foi um “estudo aberto”,1 o que significa que não houve um grupo placebo. A cada participante foram administrados 150mg diários de CoQ10 durante um período de três meses, e, no fim do estudo, o número de dias com enxaquecas tinha-se reduzido em mais de 50% em 61% dos doentes. Apesar destes resultados muito animadores, foi necessária mais investigação para apurar se se tratava de mera coincidência.

Cinquenta por cento das crises

Um estudo2 suíço e belga de 42 doentes de enxaquecas, realizado posteriormente, foi mais esclarecedor. Os voluntários, 81% dos quais eram mulheres, tinham uma média de idades de 39 anos. Os doentes tinham, em média, 4 a 5 crises por mês. Todos os participantes foram selecionados aleatoriamente para tratamento com 300 mg diários de coenzima Q10 ou placebo, durante um período de três meses.

Passados três meses, 48% dos doentes que tomaram Q10 tiveram uma redução superior a 50% no número de crises de enxaquecas, comparativamente a 14% no grupo de controlo. O tratamento com coenzima Q10 reduziu ainda significativamente o número de dias com enxaquecas e o número de dias com náuseas e vómitos. Em ambos os estudos referidos, os suplementos de coenzima Q10 foram bem tolerados e não causaram efeitos secundários indesejáveis.

Eficaz também na adolescência

Os jovens também sofrem de enxaquecas, pelo que os investigadores também estudaram a eficácia da coenzima Q10 nesta faixa etária. Para um estudo3 cruzado, duplamente cego, controlado com placebo, foram selecionados aleatoriamente 120 crianças e adolescentes que receberam suplementos diários de coenzima Q10 (100 mg) ou placebo, durante 224 dias. No ponto de cruzamento, em que os grupos foram trocados, havia disponíveis dados de 76 doentes, e no final foram analisados 50 doentes relativamente à melhoria global das enxaquecas e à incapacidade por elas provocada. Quando comparados com o grupo placebo, os doentes tratados com Q10 apresentavam melhoria significativamente maior na frequência das enxaquecas nas primeiras quatro semanas, com base numa avaliação subjectiva, o que sugere que a coenzima Q10 pode levar a melhoria mais precoce da gravidade das cefaleias.

Fontes:

1 Cephalagia 2002;22:137-41

2 Neurology 2005;64:713-5

3 Cephalagia 2011, June;31(8):897-905

 

Biodisponibilidade é uma questão crucial

A formulação de coenzima Q10 usada no estudo Q-Symbio é fabricada por uma empresa dinamarquesa e está no mercado há mais de 25 anos. Esta formulação em particular, que é a referência científica oficial da ICQA (Associação Internacional para a Coenzima Q10), é usada em todo o mundo para fins de investigação, rigorosamente por causa da sua qualidade comprovada. A formulação assemelha-se à coenzima Q10 do organismo, numa matriz de óleo vegetal, submetida a um tratamento térmico único que garante a separação (dissolução) completa das moléculas de Q10 para que possam atravessar a parede intestinal e entrar na corrente sanguínea. Este produto está documentado em mais de 100 estudos publicados.