No Dia Mundial da Alimentação, a Egas Moniz School of Health & Science destaca os resultados de um estudo que revela os nutrientes mais relevantes para a proteção contra doenças crónicas, como fibras, cálcio, magnésio e ácidos gordos ómega-3, e também aqueles que devem ser consumidos com moderação, como sódio, selénio e certas fontes de cálcio provenientes de laticínios. Estes resultados reforçam o papel crucial da nutrição na promoção da saúde pública e na transição para dietas mais equilibradas e sustentáveis.

A investigação, que analisou meta-análises dos últimos 15 anos, identificou como cada um destes nutrientes influencia diferentes doenças, fornecendo uma visão abrangente sobre a sua importância para a saúde. Por exemplo, o consumo de fibras alimentares, especialmente provenientes de cereais, está fortemente associado a uma redução do risco de cancro colorretal, doenças cardíacas e diabetes tipo 2, enquanto fibras de fruta ou vegetais trazem benefícios específicos para doenças respiratórias e digestivas.

O cálcio surge também como protetor contra cancros de mama e cólon, acidentes vasculares cerebrais e diabetes tipo 2, embora a ingestão elevada de cálcio proveniente de laticínios possa estar relacionada a um aumento do risco de cancro da próstata, mostrando a importância de equilibrar fontes e quantidades.

O estudo evidencia ainda o papel do magnésio, que contribui para prevenir hipertensão, diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e depressão. Já os ácidos gordos ómega-3, encontrados em peixes e algumas fontes vegetais, protegem o coração e reduzem o risco de doença coronária, enquanto o consumo adequado de ómega-6 pode diminuir o risco de diabetes quando substitui gorduras saturadas.

Por outro lado, micronutrientes como zinco e selénio apresentam relações complexas com a saúde, em padrões não lineares, mostrando que tanto défices como excessos podem ter efeitos adversos.

O estudo reforça também que a ingestão elevada de sódio aumenta o risco de hipertensão, acidente vascular cerebral e doenças cardiovasculares, enquanto as vitaminas D e B12 oferecem proteção adicional contra certos tipos de cancro e contribuem para a saúde óssea e neurológica, desde que consumidas nas doses recomendadas.

“Este estudo mostra que uma alimentação equilibrada e diversificada é essencial para proteger a saúde e promover bem-estar ao longo da vida. Mais do que nos focarmos em nutrientes isolados, devemos apostar em práticas alimentares saudáveis que maximizem os benefícios e minimizem os riscos”, afirma Ricardo Assunção, professor da Egas Moniz School of Health & Science.

Esta investigação servirá de base para futuras avaliações de risco-benefício alimentar (Risk-Benefit Assessment – RBA), apoiando o desenvolvimento de recomendações nutricionais mais precisas e baseadas em evidência científica, e contribuindo para dietas mais equilibradas, seguras e sustentáveis.