A rinite é a doença alérgica mais comum em todo o mundo, afetando um quarto da população mundial. Só em Portugal, atinge quase um milhão de pessoas.

 

O número de pessoas afetadas por doenças alérgicas continua a aumentar, uma situação que pode ser explicada pelas condições de vida da população. Estudos recentes sugerem que, em 2025, metade da população mundial irá sofrer de qualquer tipo de manifestação alérgica.

Atualmente, cerca de 1/4 da população europeia apresenta sintomas de alergia respiratória. Sabe-se que 70% dos doentes alérgicos apresentam limitações na vida quotidiana decorrentes da doença. Por outro lado, 80% dos doentes recebem algum tipo de tratamento para a alergia, mas mais de um terço não está plenamente satisfeito com a terapêutica, quer pelos resultados insuficientes, quer pelos efeitos adversos por esta provocados.

O que são alergias?

As alergias são reações que ocorrem apenas em certas pessoas, nas quais partes do seu organismo reagem com demasiada intensidade a certas substâncias com que contactam habitualmente e contra as quais não era suposto reagirem. Ou seja: a maioria das pessoas contactam com animais, com pólenes, com pó, etc., e essas substâncias não lhes causam dano. Mas se um indivíduo for alérgico a uma ou mais dessas substâncias, sempre que contactar com ela sofrerá um conjunto de reações diversas, a que globalmente se chama alergia.

As substâncias a que um indivíduo é alérgico chamam-se alergénios. A razão pela qual algumas substâncias desencadeiam alergias em certas pessoas e não em todas não está completamente explicado. No entanto, vários especialistas apontam os fatores genéticos e ambientais como os mais importantes na proliferação dos alergénios e das respostas alérgicas.

Estas reações alérgicas podem ocorrer em muitos locais do organismo, mas fazem-se sentir preferencialmente: no nariz, dando origem a rinite alérgica; nos olhos, dando origem a conjuntivite alérgica; nos brônquios, originando asma; na pele, caso da urticária e do eczema ou da alergia a picadas de insetos; e no intestino, no caso de se tratar de alergias a alimentos. Existem outras formas de reações alérgicas, porém menos habituais.

Nariz hipersensível

Não se deve confundir rinite alérgica com as ainda mais banais rinites virais – vulgarmente designadas de constipações. Estas últimas são infecciosas e não alérgicas.

Na rinite alérgica, o organismo é hipersensível a determinadas substâncias naturais que existem no ar que respiramos; e a primeira zona de contacto do organismo com esses alergénios é a mucosa nasal.

A alergia mais frequente é ao pólen das plantas. Seguem-se, em frequência, as alergias ao pó da casa – mais concretamente, a um dos seus componentes, que são os ácaros que nele vivem – e aos pelos e outros constituintes de animais domésticos. No caso das crianças, o contacto com animais de estimação e com bonecos de peluche pode gerar alergia pelos dois mecanismos: alergia aos pelos dos animais ou, então, aos ácaros que se escondem entre os pelos dos animais, verdadeiros ou artificiais.

A rinite é a doença alérgica mais comum em todo o mundo, afetando um quarto da população mundial. Só em Portugal, atinge quase um milhão de indivíduos, o que representa cerca de 10 por cento da população.

Diagnóstico

O diagnóstico de rinite alérgica é feito, sobretudo, através das queixas do doente e, secundariamente, pela observação médica. Por vezes, o médico poderá precisar de alguns exames complementares de diagnóstico, para determinar se o indivíduo tem alergias e a que substâncias. Os mais importantes desses exames são: as provas cutâneas – “prick test” –, que consistem numa pequena injeção na pele de substâncias existentes no meio ambiente (pó, fungos, pelos de animais e vários tipos de pólen), para ver quais as que provocam reação; análises de sangue, para determinar a quantidade total das imunoglobulinas E; e análise de secreções nasais (sendo este exame mais raro).

Leia o artigo completo na edição de março 2018 (nº 281)