Dean Buonomano vai estar no simpósio ‘Aquém e Além do Cérebro’ da Fundação BIAL, que decorre entre 6 e 9 de abril, no Porto.
Dean Buonomano é um neurobiologista norte-americano, professor na Universidade de Los Angeles, e autor dos livros ‘Brain Bugs: How the brain’s flaws shape our lives’ e ‘Your Brain is a Time Machine: The neuroscience and physics of time’.
O trabalho de Dean Buonomano investiga a forma como o cérebro humano perceciona o tempo e a sua passagem. Para o neurobiologista, o cérebro é uma autêntica máquina do tempo, com defeitos, mas ainda assim a máquina mais complexa de todo o universo.
Buonomano é considerado um dos pioneiros na sua área de estudo e acredita que só o presente é real e que a perceção do tempo é relativa.
Um exemplo que Dean Buonomano dá para justificar esta ideia é a forma como percecionamos a passagem do tempo durante a pandemia da covid-19. Em entrevista à BBC o neurobiologista refere que “sentimos que os meses passam muito rapidamente. Só que quando olhamos para trás, quando nos falam de algo que aconteceu antes da pandemia, sentimos que foi há muito tempo, talvez mais do que realmente passou se não tivesse havido uma pandemia pelo meio”.
O 13º Simpósio da Fundação BIAL ‘Aquém e Além do Cérebro’ é dedicado ao ‘Mistério do Tempo’ e a intervenção de Dean Buonomano vai abordar o que significa sentir a passagem do tempo, o modo como os cérebros e os corpos influenciam a nossa perceção do tempo e como os eventos futuros nos podem afetar.
Para além de Dean Buonomano, o simpósio vai contar com a presença de Joseph Takahashi, o investigador que descobriu os ciclos circadianos, Marc Wittman que investiga a perceção do tempo e como esta pode ser alterada por práticas como a meditação e Wolf Singer que dedica a sua investigação aos mecanismos que permitem aos organismos vivos “interpretar” o tempo.
O neurocientista Rui Costa, membro da comissão organizadora do simpósio, destaca que a edição de 2022 foca um dos aspetos mais enigmáticos da existência humana: a dimensão esquiva e implacável do tempo, cuja verdadeira natureza ainda está longe de ser compreendida. “Todos já sentimos que o tempo por vezes parece que voa e outras aparentemente desacelera. No simpósio vamos discutir as diferentes perceções que temos do tempo e analisar as suas várias dimensões”.
O simpósio da Fundação BIAL decorre entre 6 e 9 de abril, na Casa do Médico, no Porto, e reúne dezenas de investigadores nacionais e internacionais, neurocientistas, físicos e psicólogos, entre outros.
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