Como o risco não dá folga a quem trabalha ao Sol, a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, em parceria com a Sanofi Genzyme e com o apoio Câmara Municipal de Peniche, vai realizar uma ação junto dos trabalhadores das pescas para alertar para os riscos da exposição solar excessiva decorrente de atividades profissionais no exterior. A iniciativa acontece dia 16 de setembro na Lota de Peniche e insere-se na campanha ‘De Sol a Sol’, uma iniciativa que envolve a Dermatologia Nacional e que visa sensibilizar para o cancro de pele em trabalhadores que exercem a sua atividade ao ar livre.
A Lota de Peniche, por toda a sua relevância na atividade piscatória, foi o sítio escolhido para esta iniciativa. No local estará um conjunto de profissionais que dará informação sobre o cancro de pele e medidas de proteção. A Câmara Municipal de Peniche também estará representada nesta iniciativa dada a relevância desta atividade para a região e o facto de a prevenção da saúde dos seus munícipes ser uma das prioridades da autarquia.
Para João Maia e Silva, presidente da APCC, “a iniciativa ‘De Sol a Sol’ permite-nos falar de uma doença oncológica tantas vezes subvalorizada. Contudo, o cancro de pele não melanoma é o cancro com mais diagnósticos em todo o mundo e que representa um impacto enorme nas vidas destes dentes e nos próprios cuidados de saúde. Este é um tipo de cancro muito característico dos trabalhadores de exterior, onde os pescadores se inserem, e com uma elevada prevalência neste grupo profissional. A maioria dos cancros da pele são curáveis se diagnosticados precocemente, pelo que a realização do autoexame seguida de consulta de Dermatologia em caso de uma lesão suspeita são determinantes para a cura”.
Os cancros da pele estão a aumentar a nível mundial e estima-se que em Portugal são diagnosticados anualmente mais de 12 mil novos casos de cancros da pele, sendo que 11 mil são cancros de pele não melanoma[1]. Nesse sentido, esta ação visa promover um conhecimento mais vasto sobre os riscos que correm os trabalhadores que exercem as suas atividades ao sol, como é o caso dos pescadores. Gestos simples como o uso de chapéu de abas largas e camisolas de manga comprida, utilização de proteção solar nas partes do corpo expostas ao sol e evitar as horas de maior intensidade dos raios UV poderão ajudar a prevenir um problema oncológico grave e com elevadas consequências físicas e emocionais.
Atualmente, entre 2 e 3 milhões de cancros de pele não melanoma[2] são detetados todos os anos a nível mundial, ou seja, um em cada três cancros diagnosticados é um cancro de pele. Zonas como as orelhas, rosto, e antebraços são especialmente afetadas, aparecendo com maior incidência nos homens.
A campanha ‘De Sol a Sol’ pretende assim contribuir para um maior conhecimento sobre esta patologia, alertando que a prevenção é a melhor ferramenta para uma vida saudável e livre de doença.
[1] https://www.sns.gov.pt/noticias/2018/05/16/dia-do-euromelanoma/
[2] World Health Organization, in https://www.who.int/news-room/q-a-detail/radiation-ultraviolet-(uv)-radiation-and-skin-cancer