Importante tanto para a pele como para o resto do organismo, o ph admite poucas variações, sendo fundamental mantê-lo dentro dos valores ótimos. Descubra quais são os seus níveis adequados, de acordo com as distintas zonas corporais.

 

Cada vez é mais comum observar em sabonetes e outros produtos cosméticos a especificação de que possuem um pH neutro. Este é um dado importante, já que a alteração dos valores de pH na pele pode precipitar o aparecimento de doenças cutâneas. Além disso, quando se apresenta alterado em fluidos corporais, como a urina, pode indicar que algo não está a funcionar bem no organismo.

A sigla pH refere-se ao potencial de hidrogénio. O valor do pH pode variar entre 0 e 14, indicando a proporção de partículas de hidrogénio que existem numa solução aquosa. Este dado permite-nos conhecer o grau de acidez ou alcalinidade de uma substância. O pH neutro corresponde ao valor 7, que é o da água; enquanto que uma substância com um pH baixo (inferior a 7), como o suco gástrico ou o sumo de limão, é considerada ácida; e um fluído com um pH alto (superior a 7), como o sangue ou a água do mar, é referido como básico ou alcalino.

Na pele

Porém, esta regra generalista não se pode extrapolar completamente a todo o organismo humano. De acordo com os dermatologistas, o pH neutro da pele não é 7, mas sim à volta de 5,5. Isto é, com um pH 5,5, a pele encontra-se saudável e em ótimas condições.

A manutenção de um correto pH depende da película hidrolipídica da camada mais exterior da pele, o extrato córneo. Aquela película possui componentes levemente ácidos e, por esta razão, atua como um manto ácido protetor, explicam os dermatologistas.

Existem fatores endógenos – do nosso próprio organismo – e exógenos, que podem modificar o pH. Entre os primeiros, destacam-se a hidratação cutânea, a qualidade do sebo presente na pele, a sudação, a localização anatómica, a predisposição genética e a idade. Também os fatores externos, como o uso de sabões e produtos cosméticos, podem alterar esse pH ideal.

Manter o pH em bom nível é fundamental, como demonstram numerosos trabalhos científicos, dado que as eventuais variações são fatores desencadeantes de doenças cutâneas, como a dermatite, a ictiose – pele seca e escamosa –, a acne vulgar e algumas outras afeções.

Neste sentido, um estudo efetuado na vizinha Espanha, envolvendo 2100 mulheres de diferentes grupos etários, provou que as mulheres, entre os 41 e os 55 anos, com um pH mais elevado do que o correspondente à sua idade fisiológica, apresentam mais sintomas vulvo-vaginais, como secura, ardor, prurido ou dor nas relações sexuais.

 

Leia o artigo completo na edição de fevereiro 2018 (nº 280)