O amor é demasiado importante para ser deixado ao acaso e esperar, de braços cruzados, que tudo corra bem. Mesmo as melhores relações precisam de ser cuidadas, para se manterem saudáveis.

Cada membro de um casal faz parte de uma “máquina de convivência”, muito complexa e delicada, à qual é necessário aplicar um mínimo de manutenção, reparar as peças que se vão desgastando com o uso e levar a cabo um sistemático “check-up” da sua saúde. Neste artigo, analisaremos algumas das mais frequentes “doenças amorosas” e como podem ser tratadas, para que a relação não se oxide.

RECRIMINAÇÕES

As vossas conversas resultam cada vez mais irritantes e qualquer tema ameaça transformar-se num concurso de impropérios e réplicas desagradáveis.

Muito cuidado! Esta doença ameaça destruir por completo a vossa relação amorosa: é essencial que ambos reaprendam a comunicar os vossos sentimentos. E, quanto antes, melhor.

Conselhos:

  • Pelo menos, um dia por semana, dediquem toda a atenção à vossa relação.
  • Concentrem-se, com mais interesse, nas vossas atividades individuais.
  • Sorriam sempre que possível: atrairá as boas intenções.
  • Sejam mais compreensivos um com o outro.

DEPENDÊNCIA

Se nada mais desperta interesse na sua vida para além do seu companheiro ou companheira e se se sente ansiosa(o) e inquieta(o) quando ele(a) não está por perto, é muito provável que esteja a desenvolver uma obsessão nada benéfica: a dependência.

Perigo! Pode acabar por abdicar da sua vida pessoal, em troca de uma entrega pouco saudável, a qual, inclusivamente, incomodará o seu parceiro ou parceira.

Conselho:

  • O amor intenso, para que seja benéfico no que se refere à relação, deve ser um bem partilhado entre os dois, sem monopólios nem crises emocionais de nenhum tipo.

CIÚMES

“Já passa das 10 horas e ele ainda não chegou. Que estranho…”, pensa você em voz alta, enquanto vai acumulando um nó no estômago, que a obriga a respirar com dificuldade. Não consegue ficar quieta: “Onde estará, a estas horas? Esta manhã estava bastante estranho…”.

Atenção! O encadeamento compulsivo de ações e deduções precipitadas pode causar inúmeros mal-entendidos e, consequentemente, muito dano a ambos.

Conselho:

  • Afaste rapidamente esses pensamentos, sobretudo se não tem razões objetivas para duvidar do seu companheiro. Fazer cenas de ciúmes só servirá para o indignar e assustar, além de deitar abaixo a vossa confiança mútua.

PARA OS CIUMENTOS CRÓNICOS

Responda com o máximo de detalhes a estas questões. Depois, releia as respostas e fixe-se nos pensamentos recorrentes: é aí que a sua reflexão deverá  incidir. Este teste é igualmente válido, se se tratar de um ciumento, em vez de uma ciumenta.

  • Comprometeu-se com o seu parceiro, sem reservas e de uma forma explícita?
  • O seu parceiro está de acordo?
  • É incómodo para algum dos dois abordar o tema da desconfiança ou falar de algum aspeto concreto?
  • Quais são as condições do compromisso? São racionais?
  • Dedica tanta energia a “controlá-lo” como a cuidar de si própria?
  • Vale a pena sofrer por causa de tantas suspeitas?
  • O que poderia servir para atingir a felicidade imediata?

QUANDO O PROBLEMA É O SEXO

O comportamento sexual humano é determinado pelo instinto, bem como por fatores culturais e sociais, pela autoestima, pelas hormonas, entre outros fatores. Embora seja verdade que podem ocorrer enormes diferenças neste campo, os problemas surgem, geralmente, quando se atinge um dos dois extremos: o excesso ou o defeito.

Na verdade, a capacidade para se sentir atraente diminui na mesma proporção em que empobrece o prazer atingido. As causas – problemas de saúde, ansiedade, anorexia, depressão, etc. – podem ser tantas, que o melhor é colocar-se nas mãos de um especialista. Se não se enfrenta o problema atempadamente, ele pode derivar em frustração e em perturbações psíquicas sérias.

É OBSESSIVO?

Algumas pessoas – homens e mulheres – sentem-se tão interessadas por sexo que esse facto lhes acarreta ansiedade e frustração, quando o companheiro ou companheira não tem o mesmo grau de interesse ou necessidade.

Se a vossa sexualidade não coincide, procure adaptar-se um pouco, enquanto tentar motivá-lo(a), com as ferramentas da sedução. Não desespere: na libido, existem flutuações constantes.

Paralelamente, interrogue-se sobre a possibilidade da sua obsessão ter a ver com alguma das seguintes causas e fale com o seu médico:

  • Angústia e desespero, perante os problemas e o stress: o sexo é uma forma fácil e acessível de descarregar.
  • Depressão ou estado pré-depressivo: o panorama cinzento e aborrecido da vida quotidiana transforma o sexo num paraíso, que acaba, afinal, por criar um estado de ansiedade, nada benéfico para o casal.

 

Vírus emocionais

Culpabilidade – Baseia-se na ideia de que fizemos algo errado, de uma forma incorreta e imperdoável; o resultado é que nos sentimos como seres detestáveis.

Vergonha – À medida que aumenta a culpabilidade, começamos a pensar que somos maus, que o que fazemos é vergonhoso e que, portanto, merecemos um castigo.

Medo – Devido aos sentimentos de culpa e vergonha, somos atormentados pelo medo do castigo e pela ideia de que não somos merecedores do amor que nos dão.

 

Terapia conjugal

A consulta de terapia conjugal segue os seguintes passos:

  1. Entrevista inicial com o terapeuta, para começar a investigação e o diagnóstico.
  2. Chegar a um acordo sobre os objetivos da terapia.
  3. Construir uma escala gradual e progressiva de pequenos objetivos semanais a atingir: não discutir, dialogar mais, etc.
  4. Reconhecer os fatores que estão na origem do problema.
  5. Elaborar de uma série de prescrições, para seguir na vida do dia a dia, fora da sessão.
  6. O tratamento finaliza, quando o casal consegue atingir a capacidade de reagir corretamente, perante cada problema.

 

Faça um “check-up” à sua relação

As seguintes perguntas devem servir para a ajudar a meditar sobre os dilemas, os conflitos e os prazeres, que tanto o(a) preocupam.

  • Quem é que eu amo? De que maneira?
  • Quem me ama? De que maneira?
  • Que tipo de relação procuro?
  • O que é que fiz exatamente, durante as últimas duas semanas, com o meu parceiro(a)?
  • Sinto-me defraudado por algo?
  • Como posso solucionar essa questão?
  • O que é que me faz vibrar? Disse-o ao meu parceiro(a)?
  • Sou um parceiro(a) competente na arte de amar?
  • O que é que nos faz, realmente, felizes?

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