São a herança do sol, o principal sintoma do envelhecimento cutâneo, o desespero de muitas mulheres: são as manchas na pele.

 

Vários indicadores da indústria cosmética e da Dermatologia têm vindo a denunciar a hiperpigmentação – vulgarmente denominada por “manchas” – como o problema cutâneo que mais preocupa e afeta as mulheres, superando inclusive as rugas, até há algum tempo o sintoma número um do fotoenvelhecimento.

Enquanto há décadas constituíam uma preocupação exclusiva das mulheres da América Latina, Médio Oriente e África, devido ao maior número de horas anuais de sol destas regiões, atualmente as manchas constituem também uma preocupação ocidental. A pele caucasiana apresenta, já de si, tendência para desenvolver determinados tipos de pigmentações, mas o agravamento dos perigos solares é o grande culpado pela incidência cada vez maior do problema.

Melanina a mais

Na esmagadora maioria das vezes, as manchas de idade – ou lentigos solares – são uma consequência da exposição excessiva aos raios ultravioleta, o que justifica o seu aparecimento em idades mais avançadas. Ultimamente, porém, tem-se observado que as manchas se manifestam cada vez mais em peles menos maduras, devido aos maus hábitos de exposição solar que, na juventude, muitas mulheres adotam. Mesmo antes dos 30, há mulheres que desenvolvem manchas solares – pequenas, castanhas e arredondadas – dado que nenhuma faixa etária está a salvo dos problemas estéticos cutâneos.

A experiência dita que, quanto mais cedo a pele for sujeita ao sol, mais cedo a hiperpigmentação se manifesta, essencialmente por duas razões: por um lado, devido à produção excessiva de melanina que está por detrás da formação das manchas de idade, enquanto mecanismo natural de defesa da pele contra as agressões ambientais; por outro, devido à ação nociva dos raios ultravioleta sobre a renovação celular, que impedem a pele de travar, naturalmente, a formação excessiva e contínua de pigmentação, mesmo após a agressão inicial ter desaparecido.

Problemas a dobrar

A razão para as peles mais jovens estarem cada vez mais sujeitas ao aparecimento de manchas prende-se também com a combinação entre os UV e o uso de pílulas anticoncecionais. O resultado é, com frequência, o melasma, um tipo de mancha provocada por alterações hormonais, cuja incidência se acentua e agrava com a exposição solar, surgindo normalmente sobre o lábio superior, maçãs do rosto e queixo.

Com características diferentes, mas igualmente inestéticas e problemáticas – tanto para as mulheres como para os homens – temos ainda as manchas de acne, as únicas não relacionadas com o sol. Neste caso, as manchas escuras que aparecem decorrem de um deficiente processo de cicatrização, além de estarem quase sempre associadas a uma depressão da superfície da pele.

No entanto, e independentemente da tipologia, as manchas têm um fim: há como eliminá-las de uma forma rápida e não agressiva.

DESPIGMENTANTES

O uso de produtos despigmentantes é, talvez, o tratamento mais utilizado pelas mulheres. No entanto, a maioria, embora atenue as manchas, não consegue eliminá-las por completo. Por outro lado, quando se deixam de usar, ao menor raio de sol, a mancha torna a aparecer. Assim, o menor custo destes produtos revela-se, na realidade, um maior encargo financeiro e médio prazo.

A melhor solução é, sem dúvida, o recurso a tratamentos dermatológicos ou estéticos, os quais, embora dispendiosos, proporcionam bons resultados.

TIPOS DE PEELINGS

As mulheres que se decidam por uma intervenção médica devem, primeiro, informar-se muito bem sobre os prós e os contras.

Para as mulheres jovens – que apresentam um aspeto cansado e, inclusive, mais idade do que a que têm –, os médicos propõem um tratamento esfoliativo, que elimina a camada córnea da epiderme, por meio de substâncias químicas. Estes tratamentos podem ser de três tipos:

  • peeling profundo – para rugas pronunciadas;
  • peeling de profundidade intermédia – para marcas de acne e linhas de expressão; e
  • peeling superficial – contra as manchas.

Este último consiste na aplicação tópica de agentes químicos esfoliantes moderados, como os ácidos orgânicos naturais – por exemplo, o ácido glicólico. Este método obriga a um total de quatro sessões, no decurso de dois meses. Não requer anestesia e apenas provoca uma ligeira vermelhidão ou inchaço.

RESURFACING COM LASER

A radiação solar tem uma maior incidência no rosto e nas mãos, porque são as zonas do corpo mais expostas. Os índices de proteção e os cremes hidratantes limitam os riscos de aparição de manchas e rugas prematuras. Mas, uma vez instaladas, podem eliminar-se, recorrendo a uma técnica de cirurgia estética denominada “resurfacing” com laser CO2. Este tratamento cirúrgico requer anestesia local, ligaduras durante 24 a 48 horas e a aplicação de agentes tópicos, nos dias seguintes.

O outono e o inverno são as épocas mais recomendadas para uma intervenção deste tipo, já que a pele não deve ser exposta ao sol senão passados alguns meses da intervenção.

LUZ INTENSA PULSADA

Menos agressiva que o laser, a luz intensa pulsada trata de forma mais leve as alterações da pele. A técnica faz uso da emissão de luz e calor na quantidade certa, direcionada para os locais a tratar, causando apenas um leve calor na região.

O tratamento com luz intensa pulsada é versátil, podendo ser feito em qualquer área do corpo. É indicado para todas as idades e permite eliminar manchas escuras, suavizar sardas e a rosácea, bem como tratar a acne.

Para as pessoas que não toleram facilmente a dor, é recomendada a luz intensa pulsada, pois a sua ponteira é maior e provoca menos incómodo. Contudo, para se chegar a um resultado satisfatório, este método exige de um maior número de sessões, comparativamente ao laser.