A maioria das crianças passam várias horas por dia entregues aos cuidados da creche ou da escola. Quando chegam as férias, será que os pais estão preparados para passar dias inteiros seguidos com as suas crianças?
A família inteira está de férias. Agora, durante bastantes dias seguidos, 24 horas por dia, os filhos vão estar com os pais. O almoço, a sesta, as brincadeiras, tudo isso volta a ser função da família. Pode ser delicioso, mas não é tão simples quanto parece e muitos pais não sabem bem como lidar com as crianças durante tantas horas seguidas.
“Afinal, como é que o convencem a fazer a sesta, lá na creche?”; “dizem que ele come bem na escola, mas em casa só depenica… e sopa, nem vê-la!”; “ele fala tanto e faz tantas perguntas!”; “está sempre a pedir para brincarem com ele”. Estas são algumas das preocupações e frustrações com que os pais se confrontam quando chegam as férias: como estar com eles o dia inteiro? Como fazer com que passem uns dias felizes e memoráveis? Como fazer para que também os pais tenham umas férias relaxantes?
Distanciamento do quotidiano
Com o atual ritmo de vida e de funcionamento da sociedade, a maioria das crianças passa grande parte do dia entregue a profissionais de educação infantil, nomeadamente educadores de infância e professores. É com esses profissionais que os nossos filhos brincam, comem, dormem as sestas e aprendem coisas.
Os momentos em que os filhos estão com os pais são, também, os momentos que estes têm para ir às compras para a casa, têm de visitar familiares, têm de ir a festas e aniversários, etc. Ou seja, são dias com uma rotina especial, diferente da rotina diária. Desta forma, sem quererem e sem darem por isso, os pais distanciam-se do quotidiano dos seus filhos.
Na verdade, muitos pais duvidam do seu papel de educadores, atribuindo demasiado protagonismo à educação escolar, como se a família não fosse a grande fonte de aprendizagem e o local privilegiado para enraizar e dar sentido às aprendizagens escolares. Assim, delegam a educação nos brinquedos, na televisão, na escola, nos ATL. Mas não conseguem furtar-se à sua maior responsabilidade: serem fonte de educação. A família é o primeiro laboratório social da criança e os pais, mesmo que não estejam presentes fisicamente, estão presentes nos sonhos, nos sentimentos, nos desejos da criança.
Férias inesquecíveis
Poder passar férias com os nossos filhos é um privilégio e um prazer. E as férias podem tornar-se, realmente, inesquecíveis para as crianças.
As crianças estão sempre sedentas e abertas a histórias, aventuras, ação, competição e brincadeira. Adoram coisas que se movam, que voem, que as transportem – bicicletas, trotinetes, patins, carrinhos de rolamentos, etc. – e, se fizerem barulho, ainda melhor. Extasiam-se com coisas que brilham, que piscam, que têm cor e movimento. Quando estão felizes, riem e veem os adultos como heróis poderosos. Está a imaginar que férias incríveis poderá ter, se se dispuser a entrar neste universo de fantasia?
Provavelmente, está a pensar que, se seguir as nossas ideias, vai chegar ao fim das férias derreado: afinal, já não tem 20 anos e o que queria era descansar, aproveitar para dar alguns passeios culturais ou fazer umas noitadas com os amigos. Por outras palavras: não está na onda de férias infantis. Na verdade, até está a pensar em aceitar o convite dos avós para ficarem com os miúdos, pois eles estão sempre a insistir e os miúdos adoram-nos e, assim, todos ficam contentes…
É verdade que proporcionar momentos divertidos e inesquecíveis aos seus filhos pode ser bastante cansativo, mas não se esqueça que também se vai divertir, que é uma maneira ótima de tonificar esses músculos e que eles vão adorá-lo, literalmente falando.
E, apesar de tudo, é você que controla o tempo e os acontecimentos. Concordando que não é fácil, aqui ficam algumas sugestões.
Leia o artigo completo na edição de julhos-agosto 2023 (nº 340)