As férias são sinónimo de despreocupações e de liberdade. Tudo o que se pretende combater durante o resto do ano é completamente relativizado nas férias. A alimentação, a saúde… tudo passa para segundo plano e, com isso, chegam as surpresas desagradáveis, os contratempos que roubam o bem-estar e que destroem o propósito da época estival.

Seja dentro do país ou fora, perto de casa ou em destinos exóticos, o perigo está sempre à espreita e é importante lembrar-se que os cuidados que habitualmente tem existem por alguma razão e que estes não podem ir de férias.

SE BEBER, NÃO CONDUZA
Quando partir rumo às tão almejadas férias é sinónimo de condução, não beba. O automóvel pode ser a solução mais prática e cómoda para se deslocar em direção ao destino que escolheu para descansar. Mas existem normas que nunca pode descurar e uma delas mantém-se em qualquer circunstância: não beber se vai conduzir!
Depois, para tornar a viagem mais agradável e fácil, nunca inicie a marcha imediatamente após uma farta refeição. E se preferir partir antes de amanhecer, não se esqueça de parar para tomar o pequeno-almoço. Em qualquer circunstância, faça paragens de duas em duas horas, para “esticar as pernas”.

ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA
Em trabalho, preocupa-se com o que come, nomeadamente com a ingestão de calorias, colesterol ou com o exercício físico? Faz bem! Mas pode pensar que o verão é também uma boa altura para não levar tão a sério estas regras. Engana-se, pois se geralmente não salta refeições, não é por estar a divertir-se como nunca que o vai fazer. E se não é comum comer “como um abade”, também não é agora que deve começar. Sabe-se que o convívio à mesa é propício a exageros gastronómicos, mas a bem da sua saúde (e para evitar outros perigos), convém manter algum controlo.
Assim, seja qual for o destino que escolheu para descansar, não salte nenhuma refeição principal; não abuse do buffet do “resort tudo incluído”; e se o jantar foi farto, tente equilibrar com um pequeno-almoço e almoço mais ligeiros.
Aproveite o tempo livre para exercitar o corpo e queimar calorias, com umas braçadas no mar ou na piscina, correr pelas paisagens verdejantes, andar de bicicleta ou simplesmente passear.

O QUE COMER
O que se come também tem uma palavra a dizer no desenrolar das suas férias e o destino que escolheu é determinante no tipo de refeição.
Se ficar por cá, mas perto da praia, saiba que precisa de alimentos sumarentos e refrescantes, que reponham facilmente a água que o organismo perde sob o efeito dos raios solares. Fruta, sumos e todo o tipo de saladas são o mais recomendável.
Se gosta de passar o dia inteiro na praia, tome um bom pequeno-almoço antes de sair. Não se esqueça de beber água com frequência e leve fruta ou cenouras para petiscar.
Mas se prefere o campo, como os ares da montanha abrem o apetite, opte por refeições calóricas e nutritivas, até porque irá ter um grande gasto calórico à conta das caminhadas. Leve sempre água engarrafada e não beba das fontes, pois não sabe se é potável.
E cuidado com o marisco, ovos, peixe e pratos com maionese em restaurantes. As condições de higiene e de armazenamento são determinantes para evitar gastrenterites e intoxicações alimentares, situações que comprometem todo o período que seria dedicado em exclusivo ao lazer e ao prazer.

DIARREIA: SEMPRE À ESPREITA
Quem já viajou para países exóticos e “deu de caras” com a diarreia do viajante sabe que não é pera-doce. É que mal o turista começou a desfrutar das merecidas férias, eis que surge uma “maldita” dor de barriga, acompanhada de uma vontade imperiosa de ir à casa de banho… O que prometia ser uma semana reparadora converte-se num verdadeiro inferno, cuja porta de entrada é a da casa de banho do hotel. Com efeito, 20 a 50% dos turistas, em zonas quentes, veem perturbados os seus planos pelo aparecimento repentino deste transtorno.
Este tipo de diarreias deve-se à ingestão de alimentos ou águas contaminadas por gérmenes patogénicos, que são numerosos e variados. Os vírus são os mais comuns e os menos agressivos, com destaque para o rotavírus. No que respeita às bactérias, realce para a Escherichia coli enterotóxica, que está na base de 50% dos casos de diarreia de origem bacteriana; as diferentes variedades de Salmonella ou de Shigella, que produzem quadros graves; e as espécies do género Vibrio, uma das quais é responsável pela cólera.
A única medida preventiva eficaz consiste em evitar a ingestão de água e alimentos suspeitos de estarem contaminados. Para dar uma ajuda aos turistas “acidentais”, seguem medidas profiláticas aplicáveis à maioria dos mecanismos de transmissão das diarreias:
 Em caso de dúvida, beba unicamente água engarrafada ou previamente fervida, durante 15 minutos, num recipiente tapado. Também pode desinfetá-la com comprimidos de ação prolongada.
 Não aceite cubos de gelo nas bebidas.
 Não escove os dentes com água suspeita.
 As bebidas quentes, como o chá e o café, costumam ser fiáveis; o mesmo se pode dizer do vinho, da cerveja e dos refrescos engarrafados.
 Não beba leite não pasteurizado.
 Evite o marisco, o peixe cru e os gelados.
 Não consuma alimentos crus: apenas frutas que se possam descascar.
 Os alimentos cozinhados devem ser sempre bem passados. A comida cozinhada, que se mantém à temperatura ambiente durante demasiado tempo, é uma das maiores fontes de transmissão de doenças.
 Em países muito quentes e com muita humidade, há que beber muitos líquidos, para evitar a desidratação.
 Lave sempre as mãos antes das refeições.

Leia o artigo completo na edição de julho-agosto 2022 (nº 329)