Segundo o estudo “Hepatitis B and C in Europe: an update from the Global Burden of Disease Study 2019”, há uma elevada prevalência das hepatites B e C nos países europeus, com o registo de mais de 18 milhões de casos. O artigo, publicado recentemente numa das principais revistas científicas a nível mundial, a The Lancet Public Health, e que contou com a participação do investigador português Nuno Taveira, pretende reforçar a urgência de intervenções coordenadas a nível europeu para atingir o objetivo de eliminação desta doença até 2030.
Em termos geográficos, a Europa Central e Oriental apresentaram taxas de mortalidade mais elevadas para a cirrose relacionada com o vírus da hepatite B e o cancro do fígado, enquanto a hepatite C apresentou uma maior prevalência e taxa de mortalidade por cancro do fígado na Europa Ocidental. Estes dados realçam a necessidade de melhorar os programas de rastreio e despistagem, e a importância dos programas de vacinação para prevenir a infeção por hepatite B e de acesso ao tratamento a preço acessível para as hepatites B e C.
O Prof. Nuno Taveira, catedrático da Egas Moniz School of Health & Science, refere que “a investigação pretende oferecer uma visão crítica e exaustiva sobre a mortalidade, prevalência, incidência e anos de vida ajustados por incapacidade da hepatite aguda, cirrose e outras doenças crónicas do fígado. Embora tenham sido feitos alguns progressos na gestão destas infeções, persistem desafios significativos, incluindo o acesso à prevenção, ao diagnóstico e ao tratamento, e é necessário priorizar os esforços de prevenção e controlo da doença”.