A menstruação não chega, os seios estão sensíveis, aumentaram de tamanho e, para acabar com quaisquer dúvidas, o teste de gravidez deu positivo. É o início da contagem decrescente rumo a uma nova vida.

Nem todas as mulheres sentem os primeiros sintomas de uma gravidez. Um dos primeiros sinais é a ausência de menstruação, mas, por vezes, e para acalmar a ansiedade de um momento muito desejado, atribuem-se milhares de desculpas e considera-se a falta de período um simples atraso. Com efeito, muitas são aquelas que experimentam sintomas transversais à menstruação e gravidez: aumento e tensão mamária, dores abdominais, mudanças de humor e até algum cansaço anormal. Por isso, o teste de gravidez acaba com quaisquer dúvidas.

E deu positivo! Os dois traços do teste são a primeira chamada à realidade: há um bebé que está a crescer dentro da mulher.

PRIVILÉGIO DA MULHER

Antes de se dar conta de que está grávida, já o seu corpo tinha iniciado um diálogo ímpar, cujo privilégio cabe apenas às mulheres. Cerca de duas semanas do início do ciclo menstrual da mulher, dá-se a ovulação. Este processo corresponde à libertação de um óvulo por um dos ovários e, ao mesmo tempo, o útero prepara-se para receber o óvulo fértil. Quando fecundado, ou seja, quando o espermatozoide “fura” o óvulo, junta-se a informação de ambos (óvulo e espermatozoide) e começa a criar-se um novo ser.

Cerca de uma semana depois, o que inicialmente se tratava de uma simples célula, passa a ser um “cacho” com uma centena de células implantadas no útero. Uma parte destas células irá ser a placenta, outra o bebé, que contém um conjunto de genes. Esses genes, que se juntaram para criar um bebé único, estão combinados em 23 pares de cromossomas – as cadeias DNA – que levam o código genético a cada célula do nosso corpo.

PASSINHOS DE BEBÉ

Depois do óvulo e do espermatozoide se unirem, a célula única assim formada começa a multiplicar-se rapidamente, dividindo-se em duas células, quatro, oito, 16, 32, 64 e assim sucessivamente. Essa quantidade crescente de células constitui uma minúscula esfera oca, que se aloja na parede interna do útero, 11 ou 14 dias após a conceção. A esfera de células divide-se, então, em duas secções. Uma será o embrião e a outra vai transformar-se na placenta.

O primeiro mês é uma das fases mais decisivas do desenvolvimento físico do embrião. Cerca de duas semanas após a falta do período, o embrião tem aproximadamente 1 cm de comprimento e já se consegue distinguir a cabeça, o sistema nervoso, o tronco e uns minúsculos membros superiores e inferiores. Por volta da quarta semana, o coração começa a bater e poderá ser visto na ecografia, pela 5ª ou 6ª semana.

SEMANAS DECISIVAS

Por volta do final do segundo mês, o embrião mede cerca de quatro centímetros. Os sistemas digestivo, respiratório e urinário já se encontram formados e já são percetíveis os esboços das orelhas, tornozelos e dedos aos pés e das mãos. As pálpebras já estão formadas, só que o bebé ainda não as consegue abrir.

Para o fim do terceiro mês, o embrião passa a ser denominado feto, atingindo cerca de 9 cm de comprimento. Os rins já começaram a segregar urina. Os órgãos sexuais já estão constituídos, apesar de ainda não se poderem ver na ecografia.

No final do primeiro trimestre, o bebé atinge um importante marco no seu desenvolvimento: todos os seus órgãos e sistemas estão completos. O risco de malformações congénitas originadas por causas exteriores é, assim, muito menor.

Leia o artigo completo na edição de setembro 2024 (nº 352)