A PROPAGAÇÃO DO NOVO CORONAVÍRUS – DESIGNADO COVID-19 – PERMANECE NA ORDEM DO DIA, COM ATUALIZAÇÕES DO NÚMERO DE INFETADOS E VÍTIMAS A CADA MINUTO, EM TODOS OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO. MAIS DO QUE ESTATÍSTICAS, IMPORTA SABER COMO PROTEGER-SE.
A história é bem conhecida: surgiu na China, na cidade de Wuhan, no final de 2019, mas foi a sua rápida propagação, primeiro para a Coreia do Sul e países do Sudeste Asiático, depois para o Irão e Itália, entre vários outros países, que colocou o mundo em alerta,face à ameaça de uma pandemia capaz de ceifar muitos milhares de vidas. À data atualização deste artigo, o novo coronavírus, designado Covid-19, já tinha infetado mais de 124 mil pessoas e originado 4560 vítimas mortais. Portugal registava 78 doentes confirmados, com várias centenas de casos suspeitos.
O QUE É O COVID-19?
Tal como tem sido dito e repetido, os coronavírus são uma grande família de vírus, comuns em todo o mundo, capazes de infetar seres humanos e animais. As cepas conhecidas antes do Covid-19 causavam doenças respiratórias de intensidade leve a moderada.
No entanto, a cepa surgida em Wuhan nunca tinha sido identificado em seres humanos e revelou-se bem mais virulento e capaz de causar pneumonia grave, com risco de morte e sem um tratamento eficaz. A fonte da infeção ainda não estava inteiramente confirmada, havendo várias teorias.
SINTOMAS, TRANSMISSÃO E TRATAMENTO
As pessoas infetadas com o Covid-19 apresentam sinais e sintomas semelhantes aos da gripe, ou seja, infeção respiratória aguda, com febre, tosse, dificuldade respiratória, cansaço e dores musculares. Em casos mais graves, a infeção evolui para pneumonia grave, com insuficiência respiratória aguda, falência renal e de outros órgãos e eventual morte. Este quadro tem afetado, sobretudo, pessoas idosas e com doenças crónicas.
O período de incubação vai dos 2 aos 14 dias, embora haja casos reportados nos quais mediaram 24 dias entre o contacto inicial com o vírus e a manifestação dos sintomas.
Relativamente às vias de transmissão, certo é que esta se faz de pessoa a pessoa. Geralmente, os coronavírus transmitem-se de uma pessoa para outras através do ar, quando o paciente infetado tosse ou espirra; por contacto pessoal próximo, em geral, das mãos; e por contacto com uma superfície que tenha sido contaminada com o vírus. A possibilidade de o COVID-19 se transmitir pelas fezes ainda não estava afastada.
Até à data, não existia um tratamento específico para este novo coronavírus. O tratamento aplicado aos pacientes é sintomático e de suporte dos órgãos, de acordo com a gravidade dos casos. Como se sabe, os antibióticos não são adequados para infeções virais e os antivirais existentes não parecem conseguir atacar esta estirpe.
COMO PROTEGER-SE?
Sendo um novo vírus, ainda não existe vacina, embora já estejam em curso as investigações para o seu desenvolvimento. Os peritos apontam, para já, o prazo de um ano até ao lançamento de uma profilaxia eficaz.
Assim, o melhor tratamento é a prevenção e esta passa por evitar a exposição ao vírus. A Organização Mundial de Saúde recomenda medidas de higiene, etiqueta respiratória e práticas de segurança alimentar, no sentido de reduzir a eventual exposição e transmissão da doença. Estas medidas podem e devem fazer parte, desde já, do nosso quotidiano:
- Evitar o contacto próximo com doentes com infeções respiratórias;
- Lavar frequentemente as mãos, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool, especialmente após contacto direto com pessoas doentes;
- Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir, com lenço descartável ou com o braço, nunca com as mãos, e deitar imediatamente o lenço no lixo;
- Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir, igualmente com detergente, sabão ou soluções desinfetantes;
- Evitar o contacto desprotegido com animais selvagens ou de quinta.
A não ser em situações específicas, como estar constipado, o uso de máscaras não está recomendado. Além disso, é necessário saber usar a máscara: uma nova todos os dias, com o elástico adaptado à cana do nariz e nunca tocar com as mãos na zona potencialmente contaminada.
RESTRIÇÕES NAS VIAGENS
A Organização Mundial de Saúde não recomendava, nesta fase, restrições de viagens. Estas variam de país para país. Contudo, é de bom senso evitar viajar para áreas onde estejam a ocorrer surtos. Quanto aos outros destinos, as recomendações de prevenção são as habituais para viajantes.
Para já, não é obrigatória quarentena para quem tenha regressado recentemente da China, de Itália ou de outros locais onde ocorreram surtos. Porém, como precaução para o próprio e para terceiros, as autoridades de saúde sugerem um período de quarentena voluntária de 14 dias.
Para viajantes regressados das áreas afetadas que apresentem sintomas sugestivos de doença respiratória, durante ou após a viagem, antes de se deslocarem a um serviço de saúde, devem ligar para o número 808 24 24 24 (SNS24), informando sobre a sua condição de saúde e história de viagem, seguindo as orientações que vierem a ser dadas.