Artigo da responsabilidade do Dr. João Brum Silveira. Coordenador Nacional do Stent Save a Life (APIC)
As doenças cardiovasculares (cardio – coração; vasculares – vasos sanguíneos) afetam o sistema circulatório, ou seja o coração e os vasos sanguíneos – compostos por artérias, veias e vasos capilares. São uma das principais causas de morte e incapacidade no nosso país, sendo que todos os anos mais de 12.000 portugueses sofrem um enfarte agudo do miocárdio.
Esta emergência médica ocorre quando uma das artérias do coração fica obstruída o que faz com que uma parte do músculo cardíaco fique em sofrimento por falta de oxigénio e nutrientes. Esta obstrução é habitualmente causada pela formação de um coágulo devido à rutura de uma placa de colesterol.
Os sintomas mais comuns, para os quais as pessoas devem estar despertas são a dor no peito, por vezes com irradiação ao braço esquerdo, costas e pescoço, acompanhada de suores, náuseas, vómitos, falta de ar e ansiedade. Normalmente, os sintomas duram mais de 20 minutos, mas também podem ser intermitentes. Podem ocorrer de forma repentina ou gradualmente, ao longo de vários minutos.
A recomendação médica é que na presença destes sintomas é importante ligar imediatamente para o número de emergência médica – 112 e esperar pela ambulância que estará equipada com aparelhos que registam e monitorizam a atividade do coração e permitem diagnosticar o enfarte. A pessoa não deve tentar chegar a um hospital pelos seus próprios meios. Cerca de 50% dos doentes recorrem a um Centro sem capacidade para realizar o tratamento, o que conduz a um atraso significativo no início da terapêutica mais adequada. Esta situação não acontece quando se liga para o 112.
É importante a precocidade no diagnóstico (valorização dos sintomas) e a realização do electrocardiograma, logo que possível, idealmente nos primeiros dez minutos após o primeiro contacto médico, para que seja iniciado o tratamento o mais rapidamente possível, de forma a que a quantidade de músculo cardíaco “perdido” seja menor e, assim, se consiga melhorar o prognóstico.
Atualmente, a angioplastia coronária é o melhor tratamento para o enfarte agudo do miocárdio. No hospital, o cardiologista de intervenção irá efetuar uma angioplastia coronária que consiste na colocação de um cateter fino na artéria obstruída, através do qual se introduz um balão que quando insuflado permite a abertura da artéria e o restabelecimento do fluxo sanguíneo. Na maioria das vezes, este procedimento é complementado com a colocação de um stent, um pequeno tubo de rede metálica que mantém o vaso aberto.
Para prevenir um enfarte agudo do miocárdio é importante adotar um estilo de vida saudável, que inclui: não fumar, ter uma alimentação saudável, controlar a tensão arterial, o colesterol e a diabetes, praticar exercício físico regular, vigiar o peso e evitar o stress.
Por forma a promover o conhecimento e a compreensão sobre o enfarte agudo do miocárdio e os seus sintomas; e alertar para a importância do diagnóstico atempado e tratamento precoce, a Associação Portuguesa de Intervenção Cardiovascular (APIC), uma entidade sem fins lucrativos, está a promover, em Portugal, a campanha Cada Segundo Conta, integrada na iniciativa Stent Save a Life.
Para mais informações sobre esta campanha consulte www.cadasegundoconta.pt
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