A tão temida celulite afeta, em maior ou menor escala, cerca de 90% das mulheres portuguesas. É certo que existem vários métodos para reduzir este inestético problema, mas serão suficientes?
Herança genética, aumento de peso, gravidez, stress, perturbações endócrinas, contracetivos orais, problemas circulatórios e sedentarismo são alguns dos fatores que favorecem o aparecimento da celulite. Muitas vezes, vem acompanhada de obesidade localizada, mas até as mulheres magras podem ser afetadas. É preciso deixar bem claro que a celulite não é uma questão de peso.
De forma resumida, poder-se-ia dizer que, no organismo, há uma gordura “normal”, que está repartida por todo o corpo. Quando a camada de gordura se torna mais espessa, por razões especiais – nomeadamente causas hormonais –, as células gordas aumentam de tamanho duas vezes mais depressa e convertem-se em celulite. A celulite instala-se em zonas muito específicas do corpo, como as ancas, as nádegas e a parte externa das coxas.
Retenção de líquidos
A gordura representa 12% do peso de um homem e 25% do da mulher. O corpo feminino é, genericamente, mais arredondado e as gorduras estão localizadas principalmente na parte baixa: ventre, coxas, nádegas e pernas. No caso do homem, sucede o contrário: a gordura instala-se, sobretudo, no pescoço, costas, tórax e abdómen.
A celulite está diretamente ligada às hormonas femininas, concretamente aos estrogénios. Por esta razão, a celulite pode aparecer no início da puberdade, altura em que os ovários começam a segregar os estrogénios, provocando uma retenção de água nos tecidos sensíveis. As pílulas anticoncecionais contêm hormonas em estado puro, pelo que também podem influenciar na aparição ou aumento da celulite. As mulheres com predisposição genética para a celulite deveriam, portanto, adotar outro método de contraceção.
A celulite que se instala nas coxas está relacionada com os problemas circulatórios. Devido à insuficiência venosa – uma falha dos mecanismos que contribuem para a circulação de retorno –, o sangue venoso detém-se nos membros inferiores, dando origem à incómoda sensação de pernas pesadas, bem como a edemas e, por vezes, a varizes.
Da “casca de laranja” à flacidez
A celulite inicial é suave, deixando a pele com o aspeto de casca de laranja. A celulite avançada, por seu lado, caracteriza-se por dar à pele o aspeto de um tecido esponjoso, flácido à palpação e doloroso à estimulação táctil. Esta pele apresenta-se seca e quase sempre fria; também apresenta estrias, inchaço e sensação de peso.
Não é possível curar a celulite através de uma dieta, mas é possível limitar as suas consequências. As mulheres mediterrânicas têm tendência para consumir demasiadas gorduras e açúcar. Para prevenir ou minimizar a celulite, há que renunciar aos açúcares de assimilação rápida, os quais são armazenados pelo organismo sob a forma de gordura. Portanto, nada de bolos, bombons, pudins ou bebidas refrigerantes…