A doença renal crónica (DRC) é uma doença que se caracteriza pela perda da função renal de forma irreversível ao longo de meses ou anos. Os rins vão gradualmente deixando de fazer as suas várias funções até ao ponto em que a vida não é possível sem alguma forma de substituição da função renal. A diabetes e a hipertensão são as causas mais frequentes desta doença. Há também doenças inflama­tórias/imunológicas e doenças hereditárias que podem provocar DRC.

Artigo da responsabilidade do Dr. Serafim Guimarães, nefrologista e membro da direção da ANADIAL

 

Trata-se de uma doença que evolui ao longo dos anos de forma silenciosa, sem sintomas, podendo apresentar apenas hipertensão ar­terial, valores alterados das análises do san­gue (em especial a creatinina) e da urina (em especial a albumina). Dependendo da fase em que o doente se encontra, bem como da ve­locidade em que a doença se instala, podem aparecer também anemia, alterações do cál­cio, do fósforo, do potássio, do bicarbonato, da ecografia dos rins, bem como outras com­plicações que variam entre a fadiga e a disp­neia (falta de ar) e a paragem cardíaca.

Em fases mais precoces da doença é possível retardar a sua evolução, quer com controlo dos fatores de risco (tensão alta, diabetes, tabagis­mo, anti-inflamatórios, desidratação, excesso de peso, infeções, controlo das doenças que agravam a DRC). Há também medicamentos que ajudam a atrasar a progressão da doença renal, bem como a atenuar as complicações.

À medida que se passa para fases mais avan­çadas da doença, os sintomas tornam-se mais evidentes e chega-se a um ponto em que são necessárias as terapêuticas de substituição da função renal (TSFR): o transplante renal, a he­modiálise e a diálise peritoneal.

Cabe ao médico de família seguir os doentes nas fases mais precoces. A partir de um deter­minado nível, apenas os médicos nefrologis­tas do SNS (e especificamente estes) têm os instrumentos para continuar o tratamento, nomeadamente a colocação em TSFR.

Mas, fundamentalmente, o papel mais impor­tante é de cada um, no controlo dos fatores de risco, para que a doença avance o mais len­tamente possível. A vitória contra a doença renal começa na prevenção.

Para mais informações consulte www.anadial.pt