A qualidade de vida é um livro que se escreve no dia a dia. Aproveite as férias e o bom tempo para inserir mais uns capítulos, em direção ao bem-estar e à vida saudável.
1. Sono reparador
Dedicamos aproximadamente um terço da nossa vida a dormir; daí a importância de desfrutar de um sono satisfatório. E o caráter reparador do sono não depende tanto do número de horas de descanso, mas mais da qualidade deste. Não obstante, quando se dorme poucas horas, noite após noite, o rendimento cerebral acaba por ver-se afetado. Algo de semelhante ocorre com o equilíbrio metabólico e com o sistema imunológico.
Estima-se que mais de 30% da população adulta do mundo ocidental sofra de algum problema de sono. Muitas vezes, o défice de sono não resulta de um esforço mental, mas da excessiva ingestão de cafeína e outros estimulantes.
Um estudo levado a cabo por cientistas da Universidade Labal, do Québec (Canadá), reforçou a tese da importância de dormir entre 7 e 8 horas por dia. Os resultados da investigação evidenciaram que tanto dormir demasiado como dormir pouco aumenta o risco de desenvolver obesidade.
2. Pequeno-almoço completo
Os especialistas não se cansam de repetir: um pequeno-almoço equilibrado e completo é fundamental para uma vida saudável.
Está mais do que demonstrado que os efeitos de não tomar um bom pequeno-almoço são adversos para o organismo. Para começar, ao não saciarmos a fome pela manhã, temos maior tendência para petiscar a toda a hora e enchermo-nos de comida ao almoço, acabando por ingerir demasiadas calorias e provocando um indesejável aumento de peso. Por outro lado, o organismo conta com um mecanismo de defesa perante situações de jejum prolongado: quando se ingerem menos alimentos do que os necessários para a sobrevivência, o metabolismo torna-se mais lento.
3. Aprender a respirar
Respirar é um ato que realizamos cerca de 26.000 vezes por dia, sem nos darmos conta. Temos o processo respiratório tão interiorizado que, frequentemente, perdemos de vista a importância de parar e escutar a nossa respiração. Ainda que pareça evidente, respirar bem é vital para o organismo. O oxigénio é o principal combustível do ser humano, resultando imprescindível no processo de transformação dos nutrientes em energia.
São múltiplos os benefícios de uma boa respiração: desde a melhor oxigenação dos tecidos, da pele e dos órgãos, até um melhor movimento da musculatura, que evita as dores e costas. Além disso, é um antídoto eficaz contra o stress e a ansiedade.
O ioga e o pilates incluem exercícios específicos para ensinar a respirar e tirar todo o partido em benefício do organismo.
4. Não ao tabaco e moderação com o álcool
O tabaco aumenta o risco de mortalidade em 77 por cento. Se somarmos o hábito de ingerir álcool em excesso, a percentagem quase que duplica. Estas são as conclusões de um estudo da Universidade de Cambridge, o qual pormenoriza que fumar é o fator de risco com maior peso, quando falamos da probabilidade de morrer de doença cardiovascular, cancro do pulmão ou perturbações respiratórias.
É, igualmente, necessário ter em conta que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas é o causador de cerca de 3% das mortes, na Europa. Um trabalho da Universidade de Bristol demonstrou que as pessoas que consumem álcool regularmente têm uma tensão arterial máxima bastante superior à dos indivíduos que bebem apenas esporadicamente.
5. Rir é o melhor remédio
Quando rimos, fazemos funcionar cerca de 400 músculos do corpo e o nosso cérebro liberta endorfinas, conhecidas como as hormonas da felicidade, as quais atuam como um analgésico contra as dores e a depressão. Por isso, não é de estranhar que muitos médicos e psicólogos comecem a “receitar” umas quantas gargalhadas por dia, para melhorar a saúde ou como apoio a processos curativos.
Ao rir, inspira-se o dobro do ar, fortalece-se o coração, facilita-se a digestão e melhora-se a obstipação e a apetência sexual. Simultaneamente, reduz-se a tensão arterial. A nível emotivo e psíquico, rir alivia o cansaço, a angústia, a depressão e a tensão.
Infelizmente, à medida que passam os anos, cada vez rimos menos: na infância, a média de gargalhadas alcança as 300 por dia, enquanto que, na idade adulta, não chega às 30.
6. Virtudes da dieta mediterrânica
Desde há vários séculos, os povos da bacia mediterrânica têm uma fórmula particular de alimentação. Trata-se de uma dieta caracterizada pelo elevado consumo de alimentos de origem vegetal – verduras e frutas –, cereais integrais, peixe, aves e a saudável gordura do azeite. Tudo isto em detrimento das carnes vermelhas e das gorduras saturadas.
No nosso país, pode afirmar-se que a dieta tradicional era, igualmente, de influência mediterrânica. No entanto, e pese embora as conhecidas virtudes deste tipo de alimentação, as últimas décadas foram testemunhas da incorporação de excessivas quantidades de alimentos refinados e de gorduras saturadas. Por isso, os especialistas não se cansam de apelar ao regresso dos hábitos de alimentação mediterrânica.
Numerosas investigações realçam os benefícios desta dieta. Por exemplo, um estudo realizado em Espanha assinala que este tipo de alimentação constitui um fator de proteção face a doenças cardiovasculares, diferentes tipos de cancro e, inclusive, ao envelhecimento. Por sua vez, um trabalho do Instituto Catalão de Oncologia, de Barcelona, garante que a dieta mediterrânica reduz até 30% o risco de morte precoce.
7. Sesta curta
A sesta é um hábito mediterrânico. É certo que alguns países a esqueceram, mas alguns outros mantêm-na na rotina diária, uma vez que a sesta incrementa os rendimentos físico, intelectual e anímico, combate o stress e gera uma sensação de bem-estar.
Contudo, a recomendação dos especialistas é no sentido de que a sesta não ultrapasse os 20 minutos. É importante não a tornar demasiado longa, nem fazê-lo demasiado tarde, para que não interfira com o sono noturno. A duração de 20 minutos faz com que o sono não seja demasiado profundo, sendo suficiente para carregar as baterias.
8. Pratique exercício físico
Quase 4 em cada 10 adultos asseguram que não praticam qualquer tipo de exercício físico; entre a população infantil, a cifra é de uns preocupantes 20 por cento. O excesso de peso na infância faz prever uma maturidade carregada de gordura, que se traduz por um maior risco de múltiplas doenças.
Neste sentido, pediatras e especialistas em Nutrição consideram a atividade física regular, juntamente com uma dieta equilibrada, como os dois pilares no combate ao problema do excesso de colesterol, sobretudo em idades precoces.
Na faixa etária oposta, a das pessoas com mais de 65 anos, destacam-se – entre muitos outros – os benefícios da prática da ioga na redução das quedas. De acordo com um estudo da Universidade de Temple, Filadélfia, (Estados Unidos), a ioga ajuda a melhorar a estabilidade e o equilíbrio, em indivíduos com mais de 60 anos.