Com o final das aulas e o início das férias, o tempo livre ansiado durante todo o ano pelas crianças é substituído por idas à praia, desportos radicais ou videojogos. A Campanha “Olhe Pelas Suas Costas” alerta para alguns comportamentos que podem prejudicar a saúde das costas dos mais novos.
“O período de férias é sinónimo de descanso e brincadeira para a maioria das crianças, mas não para a coluna destas. A má postura na sala de aula ou as mochilas com peso a mais dão agora lugar a outros comportamentos prejudiciais para a saúde das costas dos mais novos. Como tal, os pais devem estar atentos à postura destes durante as atividades do dia a dia”, alerta o Dr. Bruno Santiago, neurocirurgião e coordenador da campanha nacional “Olhe pelas Suas Costas”.
Mergulhar de forma perigosa
Este é, de longe, o aspeto mais importante. Os mergulhos podem ser perigosos e provocar lesões irreversíveis na coluna vertebral ou até mesmo ser letais. É muito importante ensinar as crianças a mergulhar de forma correta, tendo atenção à posição adotada enquanto mergulham, mas sobretudo ao local onde o fazem, devido à profundidade e potencial existência de rochas.
Levar peso desnecessário no saco de praia
O peso excessivo que antes se verificava nas mochilas da escola passa agora para os sacos de praia que as crianças levam para os campos de férias, que na sua maioria não estão preparados para levar muito peso. Trocar o saco por uma mochila de alça dupla e retirar os objetos desnecessários pode fazer a diferença. Além disto, é importante garantir que o peso está bem distribuído e não esquecer que o peso da carga não deve ser superior a 10% do peso corporal da criança.
Ficar deitado na toalha
Evitar posições que exijam muito esforço por parte da coluna é outro ponto a ter em conta. Tentar que a criança não passe demasiado tempo deitada, preferir a posição de barriga para cima e a utilização de uma pequena almofada são gestos que evitam contracturas musculares.
Mesmo sentado, existem alguns cuidados a ter: a criança deve sentar-se de forma confortável, mas correta. Costas direitas e com uma postura correta é fundamental para evitar dores desnecessárias.
Sedentarismo
A atividade física, desde que feita de forma equilibrada e adequada, é benéfica, não só para o bem-estar da criança, como também para a saúde das costas desta. O exercício físico regular ajuda a manter o corpo saudável fortalece os músculos, tanto das costas, como do resto do corpo. Além disso, a prática desportiva previne a obesidade, uma das principais causas de dores nas costas em qualquer idade
Como tal, durante as férias dos mais novos, que deixam de ter aulas semanais de educação física, é crucial combater o sedentarismo. Caminhar, andar de bicicleta, sessões de treino especifico, fazer alongamentos e nadar são exemplos de exercícios benéficos.
Desportos radicais
Ainda assim, é importante ter em atenção que desportos estão a ser praticados pelas crianças. Quando realizados sem supervisão ou conhecimento, qualquer desporto pode ser perigoso para uma criança, mas alguns levam esta característica ainda mais longe.
Atividades como andar de skate ou patins, por exemplo, representam um perigo aumentado, uma vez que permitem que a criança atinja maiores velocidades enquanto em contacto com o chão estão apenas rodas, o que poderá resultar em consequências mais graves aquando de uma queda.
Longas horas a jogar videojogos
É mais do que sabido que o uso de tecnologias, como é o caso das consolas de videojogos, acabam por facilitar o entretenimento em casa, mas o seu uso está muitas das vezes associado a posturas incorretas.
É crucial que o tronco da criança esteja alinhado, sendo que as costas devem estar direitas, a cadeira deve ter uma altura que permita que as pernas estejam dobradas num ângulo de 90 graus. Além disto, o ecrã deve ser colocado ao nível dos olhos.
A campanha frisa assim a importância de vigiar as crianças durante o período das férias, ensinando-as a fazer escolhas acertadas e seguras. “Adotar comportamentos preventivos é meio caminho andado para evitar consequências graves e, em alguns casos, irreversíveis para a coluna dos mais novos. Além disto, crianças informadas transformam-se em adultos mais educados para a sua saúde e a importância que cada um de nós tem na promoção hábitos saudáveis, que muito contribuem para a nossa qualidade de vida”, reforça o médico.