Artigo da responsabilidade do Dr. João Miguel Fernandes, médico psiquiatra; consultor científico Laboratórios Atral S.A.

O conceito de burnout (ou exaustão profissional) é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) um fenómeno ocupacional. Não é classificado como uma doença, mas antes definido como “uma síndrome conceptualizada como resultando do stress crónico no local de trabalho que não é adequadamente gerido”. Caracteriza-se por três dimensões:

1) sentimentos de falta de energia e exaustão;

2) distanciamento mental do trabalho ou sentimentos de negativismo ou cinismo em relação ao trabalho; e

3) redução da eficácia profissional.

Stress psicológico e stress oxidativo

A maior parte dos estudos que abordaram os mecanismos endócrinos e imunológicos subjacentes à síndrome de burnout tem-se focado em duas vertentes:

  • por um lado, no conjunto de interações do sistema endócrino que exercem um papel fundamental na resposta a estímulos internos e externos (incluindo a fatores de stress psicológico); e
  • no impacto do stress psicológico crónico na função imunitária, responsável pela proteção e defesa do organismo, nomeadamente contra infeções.

Por outro lado, vários estudos têm evidenciado que o stress psicológico, nomeadamente o associado ao local de trabalho, se associa a um aumento do stress oxidativo no organismo, situação na qual há um excesso de produção de substâncias (os chamados radicais livres) lesivas para o organismo,  e à existência de um estado pró-inflamatório, com maior risco de infeção e de doenças cardiovasculares, como o enfarte do miocárdio ou doença coronária.

Nutrientes antioxidantes e de fortalecimento do sistema imunitário

Tal como inicialmente referido, a síndrome de burnout não se encaixa na definição de “doença”, no entanto, é muitas vezes tratada como se de uma depressão ou perturbação ansiosa se tratasse, até por frequentemente estarem presentes sintomas destas condições.

Não obstante, devido às relações entre burnout, stress psicológico, stress oxidativo e função imunitária, tem sido dada particular relevância ao papel de diferentes nutrientes capazes de exercerem funções antioxidantes e de fortalecimento do sistema imunitário. Assim, a toma de suplementos contendo estes nutrientes pode constituir uma estratégia de normalização dos desequilíbrios endócrino, metabólico e energético associados ao burnout.

A título de exemplo, entre as substâncias autorizadas pela Comissão Europeia a alegar propriedades antioxidantes ou protetoras contra o stress oxidativo, incluem-se o zinco, a vitamina B2 (riboflavina), a vitamina C e vitamina E, entre outras, ao passo que aquelas que contribuem para uma função normal do sistema imunitário incluem, o folato, o zinco e as vitaminas B6 (piridoxina) e B12 (cianocobalamina) e vitamina C, entre outras.

As substâncias que contribuem para um metabolismo produtor de energia normal incluem, entre outras, as vitaminas B2, B3 (niacina), B5 (ácido pantoténico) e B7 (biotina), o cálcio e o fósforo.

 

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Artigo publicado na edição de janeiro 2020 (nº 301)