Até agora, as mães lactantes que optavam pela extração de leite deparavam-se com algumas dificuldades. A inovação da amamentação, assente num modelo de investigação aplicada, permitiu proporcionar às mães o conforto de que necessitam.
Artigo da responsabilidade da Engª Inês Santos, Engenheira Biomédica e especialista em Aleitamento Materno Medela
Os benefícios da amamentação, tanto para a saúde e o desenvolvimento do bebé como para as próprias mães, encontram-se bem documentados numa extensa literatura científica. Com efeito, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda “exclusivamente a amamentação materna durante os primeiros seis meses de vida e, a partir daí, a introdução de alimentos adequados à idade e seguros, mas continuando com a amamentação até aos 2 anos ou mais para promover condições ótimas de crescimento, desenvolvimento e saúde”.
DECISÃO DIFÍCIL
Diversos estudos têm demonstrado que, para promover a produção de leite, é necessário que a mãe se sinta descontraída. A produção de oxitocina, uma das hormonas com um papel na produção de leite materno, está intimamente associada ao conforto da mãe durante a sessão de amamentação. Por conseguinte, o stress e o desconforto são fatores que podem dificultar este processo.
Ninguém defende que apostar exclusivamente na amamentação materna como forma de alimentar o bebé seja uma decisão simples ou que o processo seja fácil. O facto de amamentar o bebé também promove a produção de leite materno, o que acaba por implicar um compromisso. Tal pode significar que uma mãe que pretenda amamentar o seu bebé tenha de abdicar da sua independência ou do seu anterior estilo de vida.
Todavia, os avanços registados no domínio da personalização dos dispositivos de extração de leite permitem propor alternativas às mães e oferecer-lhes uma maior flexibilidade na tomada de decisões. Deste modo, são elas quem decide quando amamentar ou como, quando e onde extrair leite para que o seu companheiro ou outras pessoas próximas se possam encarregar da alimentação do bebé.
INOVAÇÃO DA AMAMENTAÇÃO
Acima de tudo, a inovação da amamentação, assente num modelo de investigação aplicada capaz de trazer para o exterior os trabalhos desenvolvidos em laboratório e de pôr em contacto investigadores e mães, permitiu proporcionar a estas últimas o conforto de que necessitam para aumentar tanto o volume de leite extraído em cada sessão como a rapidez de todo o processo. Em suma, tornar a extração de leite mais eficaz.
Até agora, as mães que optavam pela extração de leite, visando, essencialmente, a criação do seu próprio banco de leite, eram forçadas a utilizar um dispositivo que não tinha em conta as características específicas dos seus seios. Tal resultava em sessões de extração menos eficazes, com a consequente necessidade de mais sessões para obter o volume de leite desejado.
Investigações recentes revelaram que existem mais de 40 tipos diferentes de seios. Contudo, até agora os funis das bombas tira leite eram concebidos como se todos os seios fossem iguais, ou seja, um círculo perfeito de tamanho único. Ora, concluiu-se que tal está errado. Na natureza, não há círculos perfeitos e os seios de cada mulher são únicos. Assim como as impressões digitais.
Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)
You must be logged in to post a comment.