Manter uma relação conjugal duradoura e gratificante a todos os níveis é um desafio e, muitas vezes, precisa de ajuda médica.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Marisa Marques. Psicóloga Clínica e da Saúde; Trofa Saúde Hospital de Barcelos e Trofa Saúde Hospital de Braga Norte.

 

Nos relacionamentos amorosos duradouros, o principal desafio é conseguir manter uma relação gratificante para os dois. A tendência é acharmos que o outro é o responsável pelo sucesso ou fracasso do nosso relacionamento.

No entanto, basta uma rápida análise para percebermos que numa relação ninguém resolve o que nós próprios não resolvemos. É preciso pensar e identificar o que gera desconforto e insatisfação em nós próprios, como por exemplo, a frustração com o trabalho, a dificuldade em conciliar o trabalho com a vida de casa, o descontentamento com a nossa imagem corporal, a ansiedade que toma conta de nós e tantas outras coisas!

Para evitar que numa relação a satisfação comece a desaparecer é importante estar atento a alguns destes aspetos, uma vez que, em regra geral, os casais com relacionamentos longos acabam por cair na rotina e, invariavelmente, deixam-se arrastar pelos problemas do dia a dia. Consequentemente, mais tarde ou mais cedo, acabam por desprezar aquilo que os conduziu a ficar juntos. Deixam de comunicar eficazmente, não dão atenção às necessidades do outro, não valorizam aos afetos e o que desperta o prazer sexual de cada um.

Tudo é rápido e acaba por acontecer por necessidade ou por obrigação.  Liga-se o piloto automático e as relações sexuais que antes eram recorrentes, passam a acontecer uma vez por semana ou mês, apenas para não se perder o hábito!

Muitos casais são sempre atenciosos um com o outro, privilegiam o convívio familiar, mas não reservam algum tempo para ficarem a sós (perdem o hábito de namorar!), talvez até por acreditarem que o desejo vai continuar ao longo dos anos, sem ser necessário fazer nada para o manter. Ambos se acomodam e perdem o hábito de seduzir, o sexo acontece sempre de forma previsível. O resultado é a diminuição do bem-estar e da satisfação sexual.

Manter uma vida sexual interessante é um grande desafio para todos os casais, ainda mais porque sofremos muitas mudanças à medida que o tempo passa, o corpo muda, assim como as exigências, as prioridades e as preocupações. E assim, o sexo vai perdendo espaço na intimidade do casal. As obrigações da vida moderna, em que ambos os membros do casal trabalham, tantas vezes acarretam desequilíbrios e frustrações que acabam por ter impacto na vida íntima do casal.

Hoje sabemos que o sexo, a intimidade, a partilha e o afeto andam de mãos dadas com o nosso bem-estar relacional, com a nossa autoestima e autoconfiança. Assim, é importante estarmos atentos à nossa relação sexual, aos nossos desejos e aos desejos do outro.

Assim nós, enquanto corpo clínico, e de acordo com as investigações médicas nesta área, alertamos para as questões físicas e psicológicas associadas à sexualidade humana.

Evitando o declínio ou término de uma relação e, consequentemente, colocar em causa o seu bem-estar emocional, autoestima, autoconfiança levando a problemáticas mais severas como depressões, ansiedades e/ou perturbações obsessivo-compulsivas (POC).

Por isso, saiba que deve pedir ajuda quando enfrenta um problema!