A menopausa não é o fim de nada: é só uma nova fase da vida, uma nova porta que se abre. Para além de conhecer os sintomas e compreender as mudanças hormonais, é fundamental apostar em estratégias que melhorem a qualidade de vida nesta fase

Artigo da responsabilidade da Dra. Isabel Hermenegildo. Especialista em Ginecoestética. Presidente da Comissão de Ginecoestética da Sociedade Portuguesa de Medicina Estética

 

Menopausa: aquela fase da vida a que, inevitavelmente, todas chegamos. Mas essa fase não chega em força. É precedida pela pré-menopausa, período em que já pode sentir alguns sintomas, mas ainda não mergulhou em pleno na menopausa.

Nesta fase de transição, é essencial aconselhar-se com o seu médico, de forma a optar pelo tipo de terapêutica mais adequado.

Se é mulher e ainda não chegou lá, um dia vai chegar! E se conhece alguém que esteja a passar por isso – mãe, irmã, tia, amiga – este artigo também é para si.

Sim, porque a menopausa afeta a mulher, mas também todos os que a rodeiam. E quanto mais preparados estiverem, melhor!

ALTERAÇÕES DE VULTO

A menopausa traz mudanças hormonais que, em dois terços das mulheres, podem causar afrontamentos, insónias, mudanças de humor – é verdade, as mudanças de humor não são um mito! –, cansaço extremo e até dificuldades de concentração.

Não se alarme se lhe parecer que a gordura corporal começou a distribuir-se de uma nova forma (cintura e barriga) ou se a dieta que sempre resultou demora agora mais para obter resultados.

Na componente sexual, algumas mulheres referem uma melhoria, pois perdem o receio de engravidar, podendo usufruir com mais liberdade. Outras referem menor lubrificação e maior dificuldade para atingir o orgasmo.

EMPATIA E APOIO

Empatia e paciência são a chave. Pequenos gestos, como dar espaço para falar sobre o que está a sentir, respeitar os seus momentos e compreender que o seu corpo está a passar por transformações, ajudam muito.

No trabalho, por exemplo, um ambiente de compreensão pode fazer toda a diferença nos dias mais difíceis.

O apoio emocional também é essencial. Ter alguém que a incentive a cuidar de si, a fazer exercício, a relaxar e a manter uma rotina saudável é precioso. Cuidarmos de nós pode fazer milagres.

Comunicar é necessário: partilhe o que sente, para que possa ser mais bem entendida e até ajudada por quem está à sua volta. Ninguém tem de sofrer em silêncio e aceitar tudo como uma inevitabilidade!

FORMAS DE ALIVIAR OS SINTOMAS

Se há algo que a menopausa nos ensina é que cuidar de nós próprias é necessário para vivermos melhor. Para além de conhecer os sintomas e compreender as mudanças hormonais, é fundamental apostar em estratégias que melhorem a qualidade de vida nesta fase. Seguem-se alguns conselhos sobre formas de aliviar os sintomas e tornar esta transição mais tranquila.

Exercício físico: ajuda a equilibrar as hormonas e melhora o humor

Mexer-se é essencial. Caminhadas ao ar livre, aulas de pilates ou mesmo dançar na sala de estar ajudam a controlar o peso, fortalecem ossos e músculos e melhoram o humor.

O exercício regular contribui para regular as hormonas e pode até reduzir afrontamentos e insónias. Meia hora de caminhada diária é o suficiente para sentir a diferença.

  • Alimentação equilibrada: a nutrição como melhor amiga

Comer bem não é sinónimo de fazer dieta restritiva, mas sim de escolher alimentos que nutram e protejam o corpo. Prefira frutas, vegetais, peixe, sementes e frutos secos. Aposte em alimentos ricos em cálcio e ómega-3 para proteger os ossos e o coração. Reduza o açúcar, a cafeína e o álcool, pois ajuda a evitar picos de energia seguidos de quebras bruscas.

Uma alimentação equilibrada pode melhorar a disposição e vai ajudar – e muito!– a não perder a forma física.

  • Apoio psicológico: mente tranquila, emoções serenas

A menopausa pode trazer oscilações de humor, ansiedade ou baixa autoestima. O acompanhamento psicológico, grupos de apoio ou simples conversas com pessoas de confiança fazem diferença.

Pedir ajuda não é sinal de fraqueza, é sinal de cuidado consigo própria. Fale com uma amiga, com alguém que esteja a passar pela mesma fase.

  • Terapia hormonal: um tratamento adaptado às suas necessidades

A terapia hormonal pode ser recomendada em alguns casos para aliviar sintomas mais intensos. Deve ser sempre avaliada por um médico, considerando os riscos e benefícios individuais de cada mulher. Quando bem acompanhada, é uma opção segura para muitas mulheres.

  • Estética e bem-estar: continue a sentir-se bem com o espelho

A autoestima precisa sempre de atenção. Tratamentos ginecoestéticos, cuidados com a pele, cabelo e corpo ou, simplesmente, pequenos rituais de beleza ajudam a reforçar a confiança.

Use produtos de higiene íntima e lubrificantes recomendados pelo seu profissional de saúde e adequados a esta nova realidade. Sentir-se bonita é também sentir-se saudável e feliz – por dentro e por fora.

  • Rotinas relaxantes: programe o seu dia para alcançar a tranquilidade

Dormir bem é essencial. Tente adotar rotinas relaxantes antes de dormir: um quarto arrumado e confortável e menos ecrãs antes de deitar podem melhorar muito a qualidade do sono.

Mindfulness, meditação e respiração estão na moda e são técnicas de relaxamento que ajudam a controlar o stress e a ansiedade.

  • Suplementação

Muito se fala de suplementos e, de facto, há opções interessantes que podem ajudar nesta fase, nunca esquecendo que cada caso é um caso e é importante consultar um profissional de saúde para perceber o que realmente precisa.

Leia o artigo completo na edição de outubro 2025 (nº 364)