A exposição prolongada aos raios solares continua a ser motivo de alerta por parte dos dermatologistas, pelos riscos que comporta, não fosse um dos principais fatores responsáveis pelo cancro de pele.

Em Portugal, assim que as temperaturas começam a subir, as praias enchem-se durante todo o dia, sem qualquer atenção no que respeita aos avisos sobre as horas de maior incidência dos raios ultravioleta.

Consequência disso, de acordo com dados da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo, é o facto de cerca de 90% dos cancros de pele estarem associados a comportamentos errados, seja devido a queimaduras solares, seja resultado das horas excessivas de exposição ao sol. Ou, ainda, devido a outras formas de exposição, como a frequência de solários, uma fonte de ultravioleta que deve ser evitada.

MELHOR OU PIOR PROGNÓSTICO

O cancro da pele mais preocupante é o melanoma, um tumor maligno que se pode desenvolver a partir de uma lesão pré-existente na pele (“sinais”) – o que acontece em 30% dos casos – ou surgir em peles aparentemente normais, sem lesões prévias.

Habitualmente, o melanoma aparece em pele fotoexposta, mas pode surgir em áreas não expostas ao sol. Os locais mais comuns são o tronco e cabeça nos homens e as pernas nas mulheres, devido à elevada exposição solar sem proteção.

Quando o diagnóstico é realizado numa fase inicial, a cura é possível e conseguida através de excisão cirúrgica alargada. Um diagnóstico tardio pode permitir a disseminação do cancro para os órgãos internos (metástases), o que normalmente está associado a um mau prognóstico, potencialmente fatal.

FATORES DE RISCO

O melanoma maligno, o cancro de pele mais mortífero, não é frequentemente reconhecível a olho nu e, à primeira vista, não parece muito diferente de uma verruga ou de uma marca de nascença. Como tal, há alguns fatores de risco aos quais todos devemos ter atenção. É o caso das pessoas com pele clara, da existência de múltiplos nevos melânicos (“sinais”), da exposição excessiva ao sol, da existência de um histórico pessoal ou familiar de melanoma maligno e também da idade (após os 15 anos de idade, a propensão para este tipo de cancro aumenta).

Qualquer pessoa que conheça casos da doença na sua própria família e possua um dos tipos de pele de maior risco deve ter a precaução de fazer um check-up anual. Além destes aspetos, o aparecimento de qualquer nova lesão numa pele saudável num indivíduo com mais de 40 anos também pode ser considerado suspeito e este deve ser aconselhado a consultar um dermatologista.

Leia o artigo completo na edição de julho-agosto 2024 (nº 351)