Durante a gravidez, é muito frequente o aparecimento de estrias na pele da barriga, peito, ancas, coxas e nádegas. A prevenção de tão inestético problema é fundamental, pois a sua eliminação é bastante mais difícil.
As estrias da pele – pequenas cicatrizes ou sulcos que podem ser horizontais ou verticais – surgem em consequência de estiramentos imprevistos. Ao princípio, são muito finas e de cor violeta, para se transformarem, posteriormente, em verdadeiros sulcos brancos. Os pontos estratégicos onde se desenvolvem estrias são o abdómen, o peito, os braços, as ancas, as coxas e as nádegas.
O aumento de peso, mais ou menos rápido, que se produz durante a gravidez é a principal causa da sua aparição. De uma forma geral, as alterações do volume corporal, verificadas num curto espaço de tempo, provocam uma rutura na pele que não se nota à vista desarmada, pois ocorre internamente. Certos elementos microscópicos, que dão flexibilidade à pele e que têm a forma de tiras, rompem-se por não aguentarem a tração a que são submetidos. Após algum tempo, a destruição destas fibras aflora à superfície da pele, sendo aí que se notam uma espécie de cicatrizes paralelas: as famosas estrias. Os cuidados durante e depois da gravidez são imprescindíveis para evitar o aparecimento das estrias.
Boa hidratação
A solução ideal para o problema das estrias deveria passar sempre pelo ditado popular “vale mais prevenir do que remediar”. A prevenção é fundamental, pois a sua eliminação é bastante mais difícil. Conseguir uma boa hidratação da pele é o primeiro objetivo. Se a barreira cutânea perder água, origina-se desidratação em superfície e em profundidade. Um produto hidratante restruturará a epiderme – a camada mais superficial da pele – e um filme hidrolipídico superficial – fornecimento nutritivo e hidratante – melhorá-la-á. Há que ter em conta que, quando a pele estica, passa a necessitar, mais do que nunca, de um suplemento nutritivo para poder compensar o desajuste que está a sofrer. Se não se hidratam as zonas mais propensas à formação de estrias, estas surgirão à superfície da pele, depois dos nove meses de gravidez.
O ventre é a zona do corpo que mais sofre com as modificações próprias da gestação. Devido ao seu rápido aumento de volume, é comum ocorrerem ruturas nos tais elementos microscópicos da pele, as quais, no entanto, só se notarão depois de a mulher ter dado à luz. Para que isto não chegue a acontecer, é necessário aplicar diariamente um creme antiestrias, a partir do terceiro mês de gestação. Os óleos hidratantes e os cremes nutritivos também cumprem a mesma função. Estes produtos contribuem para a regeneração dos tecidos e, também, para que a pele volte a ficar firme e suave.
Cuidados com o peito
Depois de dar à luz, a mulher deve efetuar exercícios abdominais, sem se esquecer de continuar a aplicar um creme muito nutritivo, com uma ligeira massagem circular na direção dos ponteiros do relógio. Por outro lado, uma cinta de algodão, que aperte ligeiramente o ventre, também será um bom aliado.
Quanto ao peito, uma zona altamente delicada, trata-se de um órgão em constante transformação, durante a gravidez. O peito começa a crescer logo após o início da gestação, já que as hormonas estimulam, desde os primeiros dias, o desenvolvimento das glândulas mamárias. O tecido glandular e a pele são os únicos sustentáculos que o peito possui e, quando se produz um aumento de tamanho, tornam-se insuficientes. Assim, em consequência do aumento de volume, produzem-se ruturas no plano cutâneo profundo, aparecendo as estrias e resultando na relaxação dos elementos de sustentação. Para contrariar este efeito, deve aplicar-se, durante toda a gravidez, um creme específico no peito, para que, uma vez o bebé nascido, a pele não acuse estas incómodas marcas.
Depois da gravidez, há que não esquecer que os cuidados com o peito devem continuar. Se a mãe não amamentar a criança, pode continuar a utilizar o creme antiestrias ou um óleo de amêndoas, por exemplo. Se der de mamar, deve utilizar um bom soutien, que não deixe cair a mama, ao mesmo tempo que pode aplicar duches frios, para tonificar a zona. Quando terminar a lactação, um bom produto refirmante e muita hidratação produzirão maravilhas.
Leia o artigo completo na edição de abril 2022 (nº 326)
