Já são conhecidos os vencedores do “Brain Prize”, um dos maiores prémios na área das neurociências que, anualmente, reconhece o trabalho pioneiro de investigadores que contribuem, de forma única e inovadora, para um conhecimento mais profundo do cérebro humano.

Atribuído pela Fundação Lundbeck, a 12ª edição do “Brain Prize” distinguiu o trabalho pioneiro de três neurocientistas que se destacaram pelos seus projetos de investigação vanguardista, no âmbito dos circuitos neuronais que controlam o movimento do corpo humano. Martyn Goulding (EUA/Nova Zelândia), Ole Kiehn (Dinamarca) e Silvia Arber (Suíça) foram assim reconhecidos com o prestigiante galardão dinamarquês no valor de 1,3 milhões de euros.

Através dos projetos de investigação destes professores foi possível revolucionar a perceção existente das células fundamentais e dos circuitos subjacentes ao movimento corporal, ao mesmo tempo que definiram a importância desses elementos na saúde e na doença.

O “Brian Prize” será entregue a 25 de maio, na capital dinamarquesa de Copenhaga.

PREMIADOS DE 2022

Martyn Goulding

Professor e chefe de departamento do Laboratório de Neurobiologia Molecular, Instituto Salk e professor adjunto da Universidade da Califórnia, ambas instituições localizadas nos EUA. A sua investigação envolve o estudo e a compreensão sob de que forma a medula espinal está “organizada” ao nível do seu circuito interno, para conseguir controlar o movimento. Por outro lado, esta investigação dedicou-se a identificar e caracterizar funcionalmente os tipos de interneurónios que incluem os elementos centrais do padrão locomotor da medula espinal. O foco deste estudo incidiu também em duas partes fundamentais: de que forma o sistema sensorial somático interage com a coluna vertebral para controlar o movimento; e esclarecer como a dor e o toque leve são codificadas pela medula espinal e o cérebro.

Oleo Kiehn

Doutorado em Ciências Médicas pela Universidade de Copenhaga, é professor em Neurociência Integrativa na Universidade de Copenhaga (Dinamarca) e professor de Neurofisiologia no Instituto Karolinska (Suécia). Estuda a organização de circuitos neuronais que executam movimentos, e o seu trabalho identificou elementos-chave dos circuitos espinhais necessários para produzir mudanças no tempo e coordenação da locomoção.

Silvia Arber

Doutorada em Neurobiologia pela Universidade de Basileia, no Instituto Friedrich Miescher de Pesquisa Biomédica (FMI) na Suíça, é professora de Neurobiologia no Biozentrum da Universidade de Basileia e investigadora do FM. O seu trabalho mostrou como as massas neuronais do tronco encefálico interagem com os circuitos da coluna vertebral no sentido de sincronizar os movimentos dos membros anteriores, da locomoção e da postura, estabelecendo uma ligação entre conectividade e função.