Para desfrutar do sol, sem maltratar a pele, é fundamental proteger-se. E, para isso, a indústria dermocoméstica desenvolveu filtros eficazes, que se transformaram nos nossos mais fiéis e obrigatórios aliados.

 

O Astro-Rei, além de ser fonte da vida, tem efeitos muito positivos sobre o nosso estado de ânimo e o organismo em geral. Em contrapartida, sabe-se que as queimaduras solares têm um efeito cumulativo sobre a pele, podendo dar origem a perigosos cancros cutâneos.

Beneficiar dos efeitos positivos do sol e excluir os negativos é algo que apenas se consegue com um protetor solar que atue como uma “segunda pele” ao tirarmos a roupa. Porque, quando estamos vestidos, não há problema – o tecido é um dos melhores protetores.

Quando chegamos à praia ou à piscina, e a única coisa que nos cobre é o fato de banho ou o biquíni, não há outro remédio senão protegermo-nos com um filtro solar cosmético que, graças às substâncias que o compõem, absorve, dispersa ou reflete os raios ultravioleta A, B e C, causadores das queimaduras e do envelhecimento da pele.

Como atuam os filtros?

Os filtros solares possuem ingredientes que podem absorver, dispersar ou refletir os raios ultravioletas. Na realidade, um filtro é uma molécula que absorve energia luminosa, num leque determinado de comprimentos de onda, permitindo reduzir a quantidade de raios ultravioletas – A ou B – que atravessam a pele e alcançam as células.

A molécula filtrante tem um comportamento bastante particular. Ao absorver energia luminosa, o filtro sofre uma modificação e atua como uma espécie de transformador: passa a um estado de excitação, para absorver a energia nociva. Mas, antes de poder voltar ao seu estado normal e continuar a funcionar, tem de libertar-se dessa energia nociva. Para isso, transforma-a e dá-lhe uma forma inofensiva: a de calor.

Para que um filtro seja eficaz, deve ser estável. A fotoestabilidade deve constituir uma qualidade básica, mas nem sempre assim é: alguns fotoprotetores alteram-se e perdem eficácia, à medida que recebem energia solar. Uma pessoa pensa estar protegida, mas um filtro pode, por vezes, perder até 70% da sua eficácia, numa hora de exposição.

Por outro lado, os fotoprotetores solares podem ser de dois tipos: físicos ou químicos.

Filtros físicos – Atuam refletindo os raios ultravioletas no exterior da pele, isto é, formam uma barreira protetora, para que o organismo não os absorva. Entre os filtros físicos, o mais conhecido é o de dióxido de titânio e óxido de zinco. Devido à sua natureza mineral, este filtro é inerte, pelo que pode ser usado em peles sensíveis e intolerantes. A sua presença faz com que o produto apareça branco e opaco – e, por vezes, pastoso; porém, em estado ultrafino, a emulsão é mais transparente e fluida.

Filtros químicos – Absorvem a energia dos raios solares através de reações químicas no interior da epiderme. Penetram perfeitamente na pele e são fáceis de aplicar; no entanto, em concentrações elevadas, podem causar irritação nas peles mais sensíveis. Entre os filtros químicos, destacam-se: filtros UVA – protegem contra o envelhecimento e alergias solares; UVB – protegem das queimaduras; e vitamina E – neutraliza os radicais livres. Frequentemente, utiliza-se uma mistura de filtros químicos num só produto, porque os diferentes filtros químicos absorvem radiações de distintos comprimentos de onda.

Como usar corretamente um protetor

Todos os produtos solares ostentam um número na embalagem, junto às letras FPS ou SPF – Fator de Proteção Solar – ou IP – Índice de Proteção –, que indicam a proteção que o produto nos proporciona. Quanto mais elevado for o número, maior é a proteção.

Mas o que significa um IP 10, por exemplo? A sua tradução é a seguinte: se uma pessoa de pele clara demora 5 minutos a queimar-se ao Sol, com um fator de proteção 10, demorará 50 minutos, ou seja, 10 vezes mais.

Quanto às normas de aplicação dos protetores solares, há que respeitar as seguintes:

  • Espalhar o produto antes de sair de casa, para estar protegido desde o primeiro minuto de exposição. Por outro lado, alguns filtros químicos só começam a atuar depois de serem totalmente absorvidos pela pele;
  • Reaplicar frequentemente o produto – em intervalos de uma hora, aproximadamente –, já que este vai desaparecendo com o suor, a água e, inclusive, o roçar da toalha;
  • Usar protetor durante todo o ano, nas zonas permanentemente expostas aos raios ultravioletas, nomeadamente se apresentam predisposição para a aparição de manchas, como a cara ou as mãos;
  • Nos primeiros dias de exposição, deverá optar-se por uma numeração elevada, para ir baixando progressivamente, à medida que a pele fica morena. As zonas especialmente sensíveis, como o nariz, a boca, o contorno dos olhos, os ombros e o peito, deveriam manter proteções elevadas durante todo o verão.

Leia o artigo completo na edição de julho/agosto 2019 (nº 296)